Geral

A pele precisa de atenção especial no inverno

Estação do ano exige cuidados redobrados, mas também é uma melhor época para tratamentos estéticos

Modificado em 17/09/2024, 16:33

A pele precisa de atenção especial no inverno

(Freepik)

Estamos no inverno, estação do ano quando a umidade do ar baixa e as temperaturas ficam mais frias. Tais fatores levam à diminuição da transpiração corporal, o que faz com que a pele fique mais seca. Nesta época também é comum tomarmos banhos mais quentes, que provocam uma remoção da oleosidade natural da pele de forma mais intensa.

Com tudo isso, a dermatologista Priscila Chaves, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, destaca os cuidados necessários. "A primeira orientação é relacionada ao banho. Deve-se evitar banhos com água quente, demorados, excesso de sabonete ou buchas, isso piora o ressecamento da pele. Ao sair do banho, utilize cremes hidratantes", pontua ela.

Outro ponto que incomoda muitas pessoas no inverno é o ressecamento dos lábios. "O uso regular de hidrantes labiais ajuda a evitar. Às vezes, se a irritação for intensa, pode ser necessário avaliar a necessidade de medicamentos", esclarece a médica.

Com temperaturas mais brandas diminuímos o consumo de água e a baixa hidratação também prejudica a pele. "É preciso lembrar que mesmo estando mais frio, precisamos ingerir bastante água. Para saber a quantidade ideal para você, basta multiplicar o seu peso por 35 e o resultado é a quantidade de ml que você deve ingerir por dia", salienta a especialista.

Estética
O inverno também é uma boa época para realizar alguns tratamentos dermatológicos devido às temperaturas mais amenas e o sol menos intenso, facilitando que o paciente evite a exposição solar. Além disso, durante os meses mais frios, as pessoas tendem a passar mais tempo em ambientes fechados, cobertas, indo menos à praia e piscinas e, assim, expõem-se menos ao sol. Outro ponto é que iniciando os cuidados agora a chance de estar com tudo no verão é maior.

Priscila Chaves destaca os procedimentos que são mais favorecidos nesta estação. "Essa época de clima mais ameno e menos incidência solar possibilita a realização de laser mais profundos, que levam a maior descamação da pele e também os peeling (ácidos que renovam a pele)". Contudo, a dermatologista faz uma atualização desse costume. "Com o avanço da tecnologia, conseguimos tratar a pele com segurança durante todo o ano".

Quem tira férias nessa época do ano e pretende viajar, a especialista explica que é preciso informar ao médico para optarem pelo procedimento adequado. "A maioria dos tratamentos hoje não exigem afastamento das atividades diárias. Porém, quando falamos de tratamentos que podem ficar com alterações transitórias como inchaço, roxo e descamação da pele, o ideal é aguardar de 15 a 30 dias para fazer uma viagem", detalha.

Geral

Passa de 120 número de vítimas da clínica de casal de influenciadores denunciados por deformar pacientes, diz delegado

Quatro novas denúncias foram realizadas. Vítimas apresentaram laudos que apontam produtos como óleo de silicone e polimetilmetacrilato (PMMA) nos rostos delas após procedimentos no clínica

Modificado em 30/03/2025, 14:40

Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

O número de possíveis vítimas da clínica de estética do casal de influenciadores Karine Giselle Gouveia e Paulo César Dias Gonçalves, subiu. De acordo com o delegado atualmente responsável pelo caso, Breynner Vasconcelos, só na última sexta-feira (29), quatro novas denúncias foram registradas, subindo o total para mais de 120 mulheres que relatam complicações graves após procedimentos estéticos no local. A defesa do casal nega as acusações.

De acordo com a Polícia Civil, mais de 30 vítimas já foram formalmente incluídas no inquérito, além de outros 100 casos que ainda estão sob análise. As autoridades também apuraram que pelo menos 6 mil pessoas passaram por procedimentos na clínica entre 2018 e 2019, muitas delas sendo submetidas ao uso de substâncias de alto risco para a saúde.

Depoimentos

Em entrevista à TV Anhanguera, duas das vítimas, que registraram denúncia na última sexta, relataram o sofrimento causado pelos procedimentos realizados na clínica. Uma comerciante contou que descobriu, através de laudos médicos, que produtos como óleo de silicone e polimetilmetacrilato (PMMA) foram aplicados em seu rosto.

Depois de um certo tempo, senti meu rosto formigar, coçar e achei que era normal. Mas quando fui investigar, descobri que tinha PMMA e óleo de silicone na minha pele. Meu rosto só tem silicone agora. Isso é gravíssimo, e se eu precisar fazer outro procedimento tem risco de morte", disse ao repórter Honório Jacometto.

Outra vítima, uma estudante de 21 anos, procurou a clínica em 2018 para realizar um procedimento de rinomodelação. No entanto, o procedimento que seria para aliviar um incômodo estético se tornou um problema de saúde. "No início de 2024, começaram a aparecer espinhas na ponta do nariz, e um exame revelou que havia PMMA. Eu paguei para colocar ácido hialurônico, mas ela aplicou PMMA. Desde então, já fiz duas cirurgias para tentar retirar o produto e vou precisar de mais uma", explicou.

Defesa

Por meio de nota, a defesa do casal afirmou que "Karine Gouveia nunca adquiriu óleo de silicone e PMMA, assim como nunca foi utilizado e nunca anuiu que utilizassem na clínica esses produtos", declarou a defesa. No entanto, no comunicado, a defesa não comenta sobre o aumento do número de possíveis vítimas.

Além disso, o advogado afirmou que busca para que os casos sejam analisados individualmente, "respeitando o contraditório e a ampla defesa". "Karine, desde o início, jamais se furtou ao cumprimento da lei e está à disposição para esclarecer, em juízo, todos os pontos questionados", afirmou (leia a nota completa ao final do texto).

Prisão

As investigações começaram em fevereiro de 2024 e, no dia 18 de dezembro do mesmo ano, os donos das clínicas, localizadas em Goiânia e Anápolis, foram presos. Apesar de terem sido soltos no dia 7 de fevereiro de 2025, voltaram à prisão no último dia 12 de março, após a polícia constatar desobediência às medidas cautelares. Karine e Paulo César foram indiciados pela Polícia Civil por nove crimes, incluindo lesão corporal gravíssima e exercício ilegal da medicina. Outros 13 profissionais podem responder pelo caso.

O inquérito, que foi formalizado em um documento de 15 volumes, foi encaminhado ao Poder Judiciário no dia 21 de março e agora aguarda a análise do Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento. (Divulgação/Polícia Civil)

Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento. (Divulgação/Polícia Civil)

Falsificação

Um vídeo feito por uma biomédica revelou que pacientes da clínica, supostamente receberam aplicações de óleo de silicone em vez de ácido hialurônico (assista abaixo). Um ex-funcionário percebeu a fraude ao notar a diferença na textura do produto e relatou o caso à polícia.

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Depoimentos apontam que Karine comprava óleo de silicone e toxina botulínica no Paraguai e falsificava rótulos com selo da Anvisa. Um ex-funcionário afirmou ter alertado Paulo César sobre a adulteração, mas foi ignorado. A defesa dos acusados nega as acusações, alegando falta de provas e afirmando que todos os produtos tinham nota fiscal. A polícia ainda investiga a origem dos produtos e do fornecedor.

NOTA

"A Karine Gouveia nunca adquiriu óleo de silicone e PMMA, assim como nunca foi utilizado e nunca anuiu que utilizassem na clínica esses produtos. Respeitamos profundamente cada uma das pessoas que supostamente estão denunciando. A defesa técnica de Karine Gouveia seguirá atuando com firmeza na busca por um processo justo, em que, como dito, cada acusação seja devidamente individualizada, respeitando o contraditório e a ampla defesa. Karine, desde o início, jamais se furtou ao cumprimento da lei e está à disposição para esclarecer, em juízo, todos os pontos questionados. Inclusive, é bom que se diga que Karine, apesar de manifestar interesse expresso ao Delegado em esclarecer os fatos, nunca foi colhido o seu depoimento nessa investigação.

Goiânia, Goiás, 29 de março de 2025.

ROMERO FERRAZ FILHO Advogado de defesa de Karine Gouveia"

Geral

Donos de clínica são indiciados por deformar ao menos 28 pacientes

Influenciadores Karine Gouveia e Paulo César foram indiciados por nove crimes

Modificado em 26/03/2025, 07:05

Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

Karine Giselle Gouveia, de 34 anos, e Paulo César Dias Gonçalves, de 44, casal dono das clínicas de estética Karine Gouveia, foram indiciados por nove crimes após deformarem ao menos 28 pacientes, de acordo com a Polícia Civil (PC). O inquérito policial também indiciou mais de 10 profissionais de saúde que, segundo a PC, participaram da organização criminosa. Eles continuam presos na Unidade Prisional de Aparecida de Goiânia.

À reportagem, a defesa do casal, o advogado Tito Amaral, disse que já aguardava a entrega do inquérito policial e considerou como "mais um espetáculo" da polícia, baseado em "meras" deduções: "Perante o juiz, nós iremos então, na instrução criminal, apurar caso a caso e certamente a justiça será aplicada", acrescentou.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Daniel José de Oliveira, a polícia concluiu que a clínica apresentava uma estrutura aparentemente profissional, mas funcionava como uma organização criminosa.

O casal comandava a estrutura e contava com a participação de médicos, dentistas, biomédicos, estoquistas e pessoas responsáveis pela logística para a execução dessa prática ilícita", afirmou o delegado.

Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento. (Divulgação/Polícia Civil)

Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento. (Divulgação/Polícia Civil)

A polícia concluiu que os dois cometeram o crime de exercício ilegal da medicina, após eles coordenarem e autorizarem procedimentos que somente profissionais habilitados poderiam fazer. Cada um também poderá responder pelo crime de lesão corporal grave contra os 28 pacientes "em razão de danos irreversíveis causados às vítimas", como necrose, infecções e deformações, conforme o delegado.

O delegado informou que o casal também foi indiciado por falsificação ideológica, após fraudarem fichas, prontuários e documentos médicos "com o objetivo de encobrir irregularidades".

Entre os outros crimes estão:

  • Fraude processual: por falsificar e apresentar documentos em ações judiciais movidas por vítimas;
  • Falsificação corrupção ou adulteração de produto terapêutico: por armazenar e aplicar substâncias manipuladas, sem origem lícita ou autorização sanitária "com real risco de morte para diversos pacientes";
  • Estelionato: indiciados por 28 vezes, por simularem legalidade nos atendimentos e enganarem pacientes, fazendo que eles acreditassem que estavam sendo atendidos por profissionais habilitados;
  • Propaganda enganosa: por divulgarem tratamentos cirúrgicos como sendo simples, seguros e eficazes "omitindo os riscos reais";
  • Execução de serviço de alto grau de periculosidade: por autorizar e realizar procedimentos invasivos sem qualquer estrutura legal ou sanitária.
  • Profissionais de saúde indiciados

    Mais de 10 profissionais, de saúde e logística, que trabalhavam na clínica também foram indiciados.

    Houve cirurgiões dentistas que realizavam procedimentos, como lifting facial e rinoplastia e outras cirurgias, sem a devida autorização. Havia uma biomédica responsável por falsificar receitas para compra de insumos proibidos", disse o investigador.

    Estoquistas e auxiliares também poderão responder pelos crimes por estarem envolvidos na falsificação de receituários, além da manutenção clandestina de substâncias injetáveis. Um representante foi indiciado por estar envolvido na compra e venda de insumos proibidos, segundo o delegado.

    Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes. (Divulgação/Polícia Civil)

    Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes. (Divulgação/Polícia Civil)

    Investigação

    De acordo com a polícia, há mais de 30 vítimas diretas citadas, além do registro de mais 100 casos que poderão ser incluídos em inquérito complementar. O delegado informou que foi apurado que ao menos 6 mil pessoas passaram por procedimentos na clínica entre 2018 e 2019, sendo submetidas com óleo de silicone ou polimetilmetacrilato (PMMA): "substância com grave risco para saúde".

    A operação teve início em 2024 e contou com três fases. Inquérito foi formalizado em um documento de 15 volumes e encaminhado na última sexta-feira (21) para o Poder Judiciário, que deve ser analisado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).

    Geral

    Dona de clínica é indiciada por morte de servidora pública após procedimento no rosto em Goiânia

    Quésia Rodrigues Biangulo Lima foi indiciada por homicídio por dolo eventual, uma vez que, segundo a Polícia Civil, ela não tinha os medicamentos e os equipamentos necessários para dar suporte para a vítima e o socorro demorou a ser solicitado

    Modificado em 31/01/2025, 12:25

    Danielle Mendes Xavier de Brito morreu após sofrer reação alérgica grave, que evoluiu para uma parada cardiorrespiratória (Reprodução e Divulgação/Polícia Civil)

    Danielle Mendes Xavier de Brito morreu após sofrer reação alérgica grave, que evoluiu para uma parada cardiorrespiratória (Reprodução e Divulgação/Polícia Civil)

    A Polícia Civil (PC) concluiu as investigações sobre a morte da servidora pública Danielle Mendes Xavier de Brito após a realização de um procedimento estético no final de novembro de 2024. A dona da clínica que realizou o procedimento, Quesia Rodrigues Biangulo Lima, foi indiciada por homicídio por dolo eventual, outros crimes contra a relações de consumo e saúde pública e pela fraude processual qualificada, uma vez que as imagens das câmeras de segurança da clínica foram destruídas.

    O POPULAR entrou em contato com a defesa de Quesia Rodrigues Biangulo Lima na manhã desta sexta-feira (31), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Anteriormente, a defesa de Quesia afirmou que ela "em todo tempo colaborou com as investigações e prestou auxílio à sua paciente bem como à família" (leia íntegra ao final da reportagem) .

    Segundo a delegada Débora Melo, a causa da morte de Danielle foi anafilaxia, o que significa uma reação alérgica grave. A delegada detalhou que mudou a tipificação do homicídio de culposo - quando não há intenção, para dolo eventual - que, segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ocorre quando o agente não quer atingir determinado resultado, mas assume o risco de produzi-lo, uma vez que Quésia não tinha os medicamentos e os equipamentos necessários para dar suporte para Danielle e o socorro demorou a ser solicitado.

    A investigadora ressaltou que Danielle chegou à clínica para fazer uma avaliação de um procedimento estético e acabou se convencendo a realizar uma aplicação de hialuronidase. Segundo a PC, ela informou que era portadora de asma - que tem uma maior propensão a ter um quadro alérgico grave, que foi o que aconteceu posteriormente.

    Logo após a aplicação, a Daniele já começou a passar mal sem conseguir respirar direito e não havia na clínica os medicamentos básicos para prestar socorro. Não havia desfibrilador e nem equipamentos par ventilação manual", afirmou Débora Melo.

    A delegada ressaltou também que as testemunhas disseram que Danielle agonizou bastante até que o socorro especializado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros chegassem.

    "A Polícia concluiu que demorou pelo menos 25 minutos entre a aplicação e a chamada do socorro. Durante a chamada do Samu, a Danielle já estava em parada cardiorrespiratória. Por isso a tipificação do homicídio foi alterada", pontuou a delegada.

    Entenda o caso

    À esquerda Quésia Rodrigues Biangulo Lima, dona da clínica de estética, onde a servidora realizou um procedimento estético. A direita o suposto produto usado no procedimento (Reprodução/Redes Sociais/ Polícia Civil)

    À esquerda Quésia Rodrigues Biangulo Lima, dona da clínica de estética, onde a servidora realizou um procedimento estético. A direita o suposto produto usado no procedimento (Reprodução/Redes Sociais/ Polícia Civil)

    De acordo com a delegada Débora Melo, no dia 30 de novembro, por volta das 9h da manhã, a servidora foi até a clínica de estética, onde realizou o procedimento é, quase que imediatamente após a aplicação da enzima hialuronidase, a paciente teve uma reação alérgica grave.

    Na ocasião, Quesia e outros funcionários tentaram realizar os primeiros socorros e fazer a reanimação. "Aparentemente, chegaram a realizar uma traqueostomia na paciente", informou a delegada. No entanto, segundo a investigadora, a clínica não tinha a estrutura necessária em casos de emergência. Após realizarem os primeiros socorros, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e a paciente encaminhada para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde o quadro se agravou e ela morreu no domingo (1º).

    "Nós constatamos que, no local, a autuada e a clínica não possuíam os equipamentos básicos de atendimento. Para o caso de um choque anafilático, necessita que haja epinefrina e não havia. Para o caso de uma parada cardiorespiratória, necessita que haja um desfibrilador e não havia", pontuou a delegada.

    Irregularidades

    Segundo a delegada, o caso foi apurado pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), que encontrou diversas irregularidades na clínica. A Polícia Científica e a Vigilância Sanitária de Goiânia fizeram uma vistoria no local e encontraram elementos em desacordo com a legislação sanitária, medicamentos vencidos, sujidades e produtos que não têm registro na Anvisa, segundo a polícia.

    "Foram verificadas inúmeras irregularidades sanitárias: medicamentos vencidos, anestésicos de uso hospitalar que não poderiam estar nesse local, itens cirúrgicos como bisturís, gazes que não haviam sido esterilizados, material sujo. Enfim, várias questões de falta de higiene, falta de cuidados sanitários. Isso é uma situação que expõe o consumidor a risco, expõe a segurança das pessoas", disse a delegada.

    Foto mostra produtos vencidos em 2022 encontrados na clínica onde mulher que morrer fez procedimento estético (Divulgação / Polícia Civil)

    Foto mostra produtos vencidos em 2022 encontrados na clínica onde mulher que morrer fez procedimento estético (Divulgação / Polícia Civil)

    Prisão

    Quésia Rodrigues foi presa no dia 2 de dezembro e passou por uma audiência de custódia, momento em que teve a prisão mantida pela Justiça.

    Além de atuar na clínica, a suspeita ainda vende cursos relacionados a esses procedimentos, segundo a delegada. "Além de executar os procedimentos, ela também comercializa, capacita outras pessoas a executarem esses procedimentos", disse a delegada Débora Melo.

    Sobre a vítima

    Danielle Mendes Xavier de Brito era servidora da Secretaria Municipal de Saúde e trabalhava como assessora da diretoria do Cais Vila Nova. Ela tinha 44 anos e era mãe de dois filhos: um adolescente de 16 anos e um jovem de 18.

    Desabafo

    A irmã de Danielle Mendes Xavier de Brito, fez um desabafo sobre a perda da irmã. Ana Elise Coelho afirmou que está arrasada e disse que o que aconteceu com Danielle é 'inacreditável'.

    "É inacreditável o que aconteceu, é surreal. A menina sai linda de casa para fazer uma avaliação para fazer um procedimento quando entrasse de férias, de uma coisa específica, não era para mexer no rosto. Segundo a delegada Débora Melo, ela foi convencida a fazer o procedimento", afirmou.

    Ana Elisa também relatou como têm sido os últimos dias na ausência de Danielle. "Estamos tentando ir levando, um dia de cada vez. Mas está todo mundo meio sem acreditar, a gente parece que está em um filme. Vai demorar, porque ela não estava doente, ela não ia fazer nenhum procedimento, ela foi fazer uma consulta. É uma dor muito grande", destacou.

    (Colaborou Nielton Soares)

    Notas:

    Defesa

    "Goiânia-GO, 03 de dezembro de 2024.

    A defesa da Sra. Quésia Rodrigues Biangulo Lima realiza alguns esclarecimentos em relação aos fatos noticiados pelos meios de comunicação. Incialmente a defesa esclarece aos meios de comunicação bem como a toda sociedade goiana e clientes que, a Dra. Quésia é uma profissional devidamente qualificada e habilitada para realizar a atividade que desenvolve em sua clínica, ela possui formação acadêmica em Biomedicina e enfermagem, o que lhe autoriza a realizar os procedimentos estéticos em questão.

    O Conselho Federal de Biomedicina por meio de suas resoluções, já esclareceu sobre a possibilidade do Biomédico realizar tais procedimentos, inclusive com a aplicação de preenchimentos injetáveis (ácido hialurônico), Toxina Botulínica, Fios de Sustentação, Procedimento Estético Injetável para Micro vasos, assim não há que se falar em exercício ilegal ou irregular da profissão.

    Diferente do noticiado pela Autoridade Policial, a Clínica no período em que realizou todos os atendimentos em suas clientes estava devidamente regular, possuindo autorização de funcionamento bem como alvará da vigilância sanitária.

    Com relação aos medicamentos utilizados nas pacientes da Clínica, todos possuem autorização para serem comercializados, tanto que são adquiridos por meio de empresas devidamente constituídas que possuem autorização para fabricação com emissão de nota fiscal e recolhimento de imposto.

    É necessário dizer que deve-se observar antes de qualquer pré-julgamento, que as informações encontram-se distorcidas com o único fim de manter uma prisão irregular e sem fundamento para tal.

    A Dra. Quesia em todo tempo colaborou com as investigações, prestou auxilio à sua paciente bem como à família, sendo que esta informação está clara nos autos.

    A defesa informa ainda que, com a evolução das investigações estará à disposição para esclarecer novamente à imprensa e a sociedade sobre os desdobramentos, visando restabelecer a verdade do ocorrido.

    Por derradeiro cabe dizer que, os defensores legalmente autorizados à prestarem esclarecimentos sobre o caso são apenas subscritores, assim, qualquer informação advinda de outro Advogado dever ser por hora ignorada.

    JOSÉ PATRÍCIO JUNIOR OAB-GO 26.706

    ANTONIO CELEDONIO NETO OAB-GO 38.786"

    Conselho Regional de Biomedicina

    "O Conselho Regional de Biomedicina -- 3ª Região (CRBM-3) informa que tomou conhecimento do caso pela imprensa e apura as circunstâncias. Os procedimentos cabíveis serão tratados conforme as Resoluções e o Código de Ética do Profissional Biomédico.

    A referida profissional biomédica tem habilitação em Biomedicina Estética e está devidamente regulamentada no Conselho.

    O CRBM-3 lamenta o ocorrido e manifesta sua solidariedade à família da vítima"

    Geral

    Irmã de servidora que morreu após procedimento estético desabafa: 'É inacreditável o que aconteceu'

    Danielle Mendes Xavier de Brito sofreu uma reação alérgica grave que evoluiu para uma parada cardiorrespiratória ainda na clínica

    Danielle Mendes Xavier de Brito morreu após sofrer reação alérgica grave, que evoluiu para uma parada cardiorrespiratória (Reprodução e Divulgação/Polícia Civil)

    Danielle Mendes Xavier de Brito morreu após sofrer reação alérgica grave, que evoluiu para uma parada cardiorrespiratória (Reprodução e Divulgação/Polícia Civil)

    A irmã de Danielle Mendes Xavier, servidora que morreu após realizar um procedimento estético em Goiânia, fez um desabafo sobre a perda da irmã. Ana Elise Coelho afirmou que está arrasada e disse que o que aconteceu com Danielle é 'inacreditável'. Danielle sofreu uma reação alérgica grave que evoluiu para uma parada cardiorrespiratória ainda na clínica, no Parque Lozandes, em Goiânia, no último dia 30.

    É inacreditável o que aconteceu, é surreal. A menina sai linda de casa para fazer uma avaliação para fazer um procedimento quando entrasse de férias, de uma coisa específica, não era para mexer no rosto. Segundo a delegada Débora Melo, ela foi convencida a fazer o procedimento", afirmou.

    Ana Elisa também relatou como têm sido os últimos dias na ausência de Danielle. "Estamos tentando ir levando, um dia de cada vez. Mas está todo mundo meio sem acreditar, a gente parece que está em um filme. Vai demorar, porque ela não estava doente, ela não ia fazer nenhum procedimento, ela foi fazer uma consulta. É uma dor muito grande", destacou.

    Dona da clínica tentou fazer visita

    A dona da clínica em que Danielle realizou o procedimento estético, Quesia Rodrigues Biangulo Lima, tentou visitar a vítima no hospital, segundo a irmã de Danielle.

    "Ela [a dona da clínica] esteve dois dias no Hugo [Hospital de Urgências de Goiás]. No sábado ela foi com minha irmã, e esteve lá o tempo todo, até a hora que eu fui embora. No domingo, ela falou comigo ao longo do dia e esteve lá para tentar visitar", afirmou Ana Elise Coelho.

    O POPULAR entrou em contato com a defesa de Quesia Rodrigues Biangulo Lima na manhã de quarta-feira (11), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Anteriormente, a defesa de Quésia afirmou que ela "em todo tempo colaborou com as investigações e prestou auxílio à sua paciente bem como à família" (leia íntegra ao final da reportagem) .

    À reportagem, Ana Elisa relatou como foi a conversa entre ela e Quésia no hospital.

    "Quando eu fui ao encontro dela para avisar que ela não poderia entrar, ela disse 'nossa menina está boa, né?' e eu falei 'não, nossa menina está morta'. Nessa hora ela se desesperou e eu falei que precisava voltar para acompanhar os protocolos. Ela insistiu para que eu arrumasse para ela entrar, mas logo depois a polícia chegou e a chamou", contou.

    A irmã de Danielle também contou que Quésia pediu perdão para ela. "À noite ela estava lá [no hospital] me esperando. Ela chorou, me abraçou, pediu perdão. Falou que não tinha intenção nenhuma. Quando os aparelhos foram desligados na segunda-feira, ela também me mandou mensagens", ressaltou Ana Elise.

    Entenda o caso

    À esquerda Quésia Rodrigues Biangulo Lima, dona da clínica de estética, onde a servidora realizou um procedimento estético. A direita o suposto produto usado no procedimento (Reprodução / Redes Sociais / Polícia Civil)

    À esquerda Quésia Rodrigues Biangulo Lima, dona da clínica de estética, onde a servidora realizou um procedimento estético. A direita o suposto produto usado no procedimento (Reprodução / Redes Sociais / Polícia Civil)

    De acordo com a delegada Débora Melo, responsável pela investigação, o procedimento foi realizado na manhã do último dia 30 e a mulher morreu no domingo (1º), no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Na ocasião, a vítima teria ido pela primeira vez até a clínica da biomédica e enfermeira, Quesia Rodrigues Biangulo Lima, para uma avaliação e orçamento, mas foi convencida a fazer o procedimento, uma aplicação da enzima hialuronidase.

    O procedimento, de acordo com a PC, foi realizado por Quésia Rodrigues que foi presa em flagrante nesta segunda-feira (2) e a clínica foi interditada. Segundo a delegada do caso, a prisão aconteceu por conta de irregularidades percebidas na clínica. O POPULAR confirmou, na quarta-feira (11), que Quésia Rodrigues segue presa.

    Quase imediatamente após a aplicação da hialuronidase, a paciente teve uma reação alérgica grave, segundo a delegada. Na ocasião, Quésia e outros funcionários tentaram realizar os primeiros socorros e fazer a reanimação. "Aparentemente, chegaram a realizar uma traqueostomia na paciente", informou a delegada. No entanto, segundo a investigadora, a clínica não tinha a estrutura necessária em casos de emergência.

    Foto mostra produtos vencidos em 2022 encontrados na clínica onde mulher que morrer fez procedimento estético (Divulgação / Polícia Civil)

    Foto mostra produtos vencidos em 2022 encontrados na clínica onde mulher que morrer fez procedimento estético (Divulgação / Polícia Civil)

    A suspeita é que o produto utilizado era manipulado e não tinha registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O nome do produto não foi divulgado. Segundo o Conselho Regional de Biomedicina, "o biomédico com habilitação em estética só pode realizar procedimentos previstos em Normativas e nas Resoluções de número 307 e 241, do Conselho Federal de Biomedicina".

    "Qualquer produto de uso de saúde, qualquer produto injetável no corpo humano, precisa ser estudado e avaliado pela Anvisa para que seja feita uma avaliação do grau de risco daquele produto", disse a delegada.

    Segundo a delegada, o caso foi apurado pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), que encontrou diversas irregularidades na clínica. A Polícia Científica e a Vigilância Sanitária de Goiânia fizeram uma vistoria no local e encontraram elementos em desacordo com a legislação sanitária, medicamentos vencidos, sujidades e produtos que não têm registro na Anvisa, segundo a polícia.

    "Foram verificadas inúmeras irregularidades sanitárias: medicamentos vencidos, anestésicos de uso hospitalar que não poderiam estar nesse local, itens cirúrgicos como bisturís, gazes que não haviam sido esterilizados, material sujo. Enfim, várias questões de falta de higiene, falta de cuidados sanitários. Isso é uma situação que expõe o consumidor a risco, expõe a segurança das pessoas", disse a delegada.

    Conforme Débora Melo, a profissional foi presa em função das irregularidades percebidas na clínica. Sobre a morte, foi instaurado um outro inquérito, inicialmente registrado como homicídio culposo, segundo a delegada. A responsabilidade dela sobre o caso será concluída após investigação e perícia da substância injetada no corpo da paciente.

    Quésia Rodrigues deve ser indiciada pelos crimes de execução de serviço de alta periculosidade, exercício ilegal da medicina e oferecer produto ou serviço impróprio ao consumo.

    Quem é a vítima?

    Danielle Mendes Xavier de Brito era servidora da Secretaria Municipal de Saúde e trabalhava como assessora da diretoria do Cais Vila Nova . Ela tinha 44 anos e era mãe de dois filhos: um adolescente de 16 anos e um jovem de 18.

    Nota defesa Quésia

    "Goiânia-GO, 03 de dezembro de 2024.

    A defesa da Sra. Quésia Rodrigues Biangulo Lima realiza alguns esclarecimentos em relação aos fatos noticiados pelos meios de comunicação. Incialmente a defesa esclarece aos meios de comunicação bem como a toda sociedade goiana e clientes que, a Dra. Quésia é uma profissional devidamente qualificada e habilitada para realizar a atividade que desenvolve em sua clínica, ela possui formação acadêmica em Biomedicina e enfermagem, o que lhe autoriza a realizar os procedimentos estéticos em questão.

    O Conselho Federal de Biomedicina por meio de suas resoluções, já esclareceu sobre a possibilidade do Biomédico realizar tais procedimentos, inclusive com a aplicação de preenchimentos injetáveis (ácido hialurônico), Toxina Botulínica, Fios de Sustentação, Procedimento Estético Injetável para Micro vasos, assim não há que se falar em exercício ilegal ou irregular da profissão.

    Diferente do noticiado pela Autoridade Policial, a Clínica no período em que realizou todos os atendimentos em suas clientes estava devidamente regular, possuindo autorização de funcionamento bem como alvará da vigilância sanitária.

    Com relação aos medicamentos utilizados nas pacientes da Clínica, todos possuem autorização para serem comercializados, tanto que são adquiridos por meio de empresas devidamente constituídas que possuem autorização para fabricação com emissão de nota fiscal e recolhimento de imposto.

    É necessário dizer que deve-se observar antes de qualquer pré-julgamento, que as informações encontram-se distorcidas com o único fim de manter uma prisão irregular e sem fundamento para tal.

    A Dra. Quésia em todo tempo colaborou com as investigações, prestou auxilio à sua paciente bem como à família, sendo que esta informação está clara nos autos.

    A defesa informa ainda que, com a evolução das investigações estará à disposição para esclarecer novamente à imprensa e a sociedade sobre os desdobramentos, visando restabelecer a verdade do ocorrido.

    Por derradeiro cabe dizer que, os defensores legalmente autorizados à prestarem esclarecimentos sobre o caso são apenas subscritores, assim, qualquer informação advinda de outro Advogado dever ser por hora ignorada.

    JOSÉ PATRÍCIO JUNIOR OAB-GO 26.706

    ANTONIO CELEDONIO NETO OAB-GO 38.786"