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Contrariando determinação do Paço, Feira Hippie acontece fora da Praça do Trabalhador

Feirantes justificam a permanência fora da praça pelas condições estruturais do local, que ainda está em obras, e por um possível impacto negativo no volume de vendas

Modificado em 20/09/2024, 05:21

A reforma da Praça do Trabalhador, que é conduzida pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), tem previsão de término em dezembro de 2022

A reforma da Praça do Trabalhador, que é conduzida pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), tem previsão de término em dezembro de 2022 (Fábio Lima / O Popular)

Mesmo com a determinação da Prefeitura de Goiânia para que gradualmente todos os trabalhadores da Feira Hippie voltassem a montar as bancas dentro da Praça do Trabalhador a partir deste fim de semana, neste sábado e domingo a feira aconteceu com a mesma configuração que já estava no último mês. Os feirantes justificam a permanência fora da praça pelas condições estruturais do local, que ainda está em obras, e por um possível impacto negativo no volume de vendas.

A volta dos feirantes para a Praça do Trabalhador ocorre após a Prefeitura iniciar intervenções estruturais na Rua 44. Os comerciantes que estavam com bancas na rua foram realocados para dentro da praça. Porém, nos dias 8 e 9 de outubro, houve uma confusão motivada pela disputa entre feirantes regulares e irregulares por qual espaço cada um iria ocupar na praça. Então, nos dias 15 e 16, a Sedec promoveu uma votação entre os feirantes. O retorno para a praça, mesmo com ela ainda em obras, venceu por 794 votos a favor, contra 626 votos pela permanência na localização improvisada até o fim de 2022.

O feirante Antônio Pires, que trabalha na feira há 20 anos e tem uma banca de calças masculinas voltada para a Avenida Independência, afirma que profissionais chegaram a iniciar a montagem da banca dele dentro da Praça do Trabalhador neste fim de semana, porém ele impediu que dessem continuidade. "Não vou para lá agora. Vai afetar muito as minhas vendas, pois meus clientes não vão saber onde eu estou. O momento em que conseguimos ganhar algum dinheiro é neste final de ano, até o início de dezembro."

A feirante Marilza da Silva, de 61 anos, compartilha da mesma opinião. Ela vende sapatos na Feira Hippie há cerca de 20 anos e essa é sua única fonte de sustento. "Na praça, minha banca fica virada para a Avenida Goiás. Ali está a pura terra. Quando chove, vira lama. Eu tenho uma banca de sapatos. Como vou fazer para meu cliente experimentar meu produto? Que cliente vai querer ir lá comprar alguma coisa de mim nessas condições?"

A reforma da Praça do Trabalhador, que é conduzida pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), tem previsão de término em dezembro de 2022. À reportagem, o titular da Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec), Silvio Sousa, havia relato que a praça passaria por adaptações para receber os feirantes. Uma delas era justamente a acomodação de brita no lado da praça voltado para a Avenida Goiás para que os feirantes pudessem ocupá-lo com mais conforto. Entretanto, a reportagem esteve no local neste sábado (29) e isso ainda não tinha sido feito.

Sorteio

No dia 19 de outubro, após uma reunião com feirantes, o titular da Sedec informou que o local onde cada banca ficaria posicionada na praça seria decidido por um sorteio. Entretanto, os comerciantes se mostraram insatisfeitos com a decisão. No dia 21, a Sedec cancelou o sorteio. Em reunião do grupo de trabalho que trata do assunto, ficou decidido que os feirantes vão se organizar espacialmente da mesma maneira que faziam antes do início da reforma da praça, em 2019, utilizando o mapa histórico.

Entretanto, o assunto ainda é motivo de polêmica entre os feirantes. Aqueles que têm bancas viradas para a Rua 44 consideram o local privilegiado e não querem deixá-lo. Adair Botelho, de 47 anos, tem uma banca de camisetas masculinas na Feira Hippie. Desde 2004, ele trabalha na parte da praça próxima a Rua 44. "Acho injusto me tirarem daqui. É um ponto bom, com movimento. Estou aqui há quase 20 anos. Pago minhas contribuições. Do nada, vão me jogar lá para trás?"

Já a feirante Gleides Pinheiro, 58 anos, considera que o sorteio seria a forma mais justa de reposicionar os trabalhadores dentro da Praça do Trabalhador. "As pessoas não podem querer sair na vantagem sempre", aponta. Atualmente, a banca de roupas femininas de Gleides fica no trecho entre as avenidas Independência e Leste Oeste. "Se for para ir para um lugar ruim lá dentro da praça, eu prefiro ficar aqui, onde estou conseguindo fazer boas vendas", desabafa.

No dia 21 deste mês, o presidente da Associação dos Feirantes da Feira Hippie, Waldivino da Silva, contou ao POPULAR que a maioria dos feirantes estavam satisfeitos com a decisão de utilizar o mapa histórico para definir os locais onde cada feirante será posicionado dentro da Praça do Trabalhador.

Mudança total até meio de novembro

A Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec) afirma que a mudança completa dos trabalhadores da Feira Hippie para dentro da Praça do Trabalhador deverá acontecer até meados de novembro. "Está tudo dentro do cronograma. Estamos monitorando tudo junto com as associações, feirantes e montadores. Até meados de novembro a gente entende que tudo vai estar funcionando normalmente dentro da praça", diz Silvio Sousa, titular da pasta.

No dia 21, o secretário já havia relatado à reportagem que a mudança deveria ser iniciada neste final de semana, mas que ela ocorreria de forma gradual pois alguns montadores pediram mais tempo do que uma semana para fazer a mudança. Na ocasião, ele pontuou que a padronização das bancas será feita de forma gradual.

Sousa destaca que, ao final da transição, a feira estará organizada por ruas e blocos que irão formar corredores mais amplos para o trânsito de pedestres. No novo projeto arquitetônico, a feira contará com 13 blocos de 15 bancas cada. Ao todo, a feira terá cerca de 3,7 mil bancas. Segundo a Sedec, a feira conta com 2,8 mil feirantes, entre regulares e irregulares.

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Vídeo mostra diferença entre ácido hialurônico e o óleo de silicone que era usado em pacientes da clínica Karine Gouveia

Biomédica que trabalhava na clínica levou o seringa com o produto para fazer a comparação, segundo a polícia. Ex-funcionário também estranhou textura do produto

Modificado em 29/03/2025, 11:42

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Um vídeo, feito por uma biomédica que trabalhava na clínica Karine Gouveia, mostrou a diferença entre ácido hialurônico e o óleo de silicone que era aplicado nos pacientes, em Goiânia (veja acima) . Um ex-funcionário também relatou à polícia que percebeu o problema, pois, segundo ele, o produto correto é gelatinoso e não oleoso. Os donos das clínicas Karine Giselle Gouveia e Paulo César Dias Gonçalves foram indiciados por nove crimes contra 29 pessoas e estão presos. Mais 13 profissionais também poderão responder pelos crimes, de acordo com a Polícia Civil (PC).

Para a reportagem, a defesa de Paulo César, o advogado Tito Amaral, disse que na clínica nunca foi usado óleo de silicone e nem polimetilmetacrilato (PMMA): "O que ocorre é que tem pessoas que seis anos, oito anos depois, vem dizer que tem óleo de silicone no corpo, mas não tem nenhuma prova, nenhum indício", acrescentou o advogado. A defesa de Karine respondeu à reportagem que todos os produtos que foram adquiridos pela clínica possuem nota fiscal e foram comprados de empresas confiáveis.

O ácido hialurônico pode ser usado para tratar rugas e fazer preenchimento facial. O delegado Breynner Vasconcelos, que atualmente está coordenando o caso, disse para a reportagem que uma biomédica pegou e levou para casa uma seringa com o produto que era entregue na clínica aos profissionais.

Ela fez o teste com o ácido hialurônico que já tinha em casa e, logo que notou a diferença na textura deles, apresentou o vídeo à polícia.

Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

No inquérito final, consta o depoimento de um ex-funcionário da clínica que relatou ter pedido demissão, em 2018, após saber da falsificação dos produtos. Segundo ele, Karine comprava óleo de silicone e toxina botulínica do Paraguai no consultório de um médico, que seria um dos fornecedores.

A seringa estourou e caiu um pouco de produto em cima da ficha da paciente. Formou uma mancha de óleo, e aí a gente se tocou que aquilo lá não se tratava de ácido hialurônico e sim de óleo de silicone, porque ácido hialurônico, a consistência dele é gelatinosa, não oleosa", disse o profissional em entrevista à TV Anhanguera.

Selo falso da Anvisa

Karine Giselle Gouveia, de 34 anos, e Paulo César Dias Gonçalves, de 44, falsificavam produtos, segundo a polícia (Reprodução/Redes sociais e Reprodução/TV Anhanguera)

Karine Giselle Gouveia, de 34 anos, e Paulo César Dias Gonçalves, de 44, falsificavam produtos, segundo a polícia (Reprodução/Redes sociais e Reprodução/TV Anhanguera)

O casal dono das clínicas de estética Karine Gouveia comprava produtos no Paraguai e falsificava com o selo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para usar em pacientes, conforme o depoimento de um ex-funcionário à Polícia Civil (PC).

O profissional disse ter ouvido "diversas vezes" Paulo César afirmar que iria ao Paraguai procurar um fornecedor de insumos para fins estéticos, como ácido hialurônico, toxina botulínica e fios de sustentação (PDO), mas que eles não tinham o selo da Anvisa. Contudo, ao chegar no Brasil, os rótulos eram adulterados com o selo. Por último, o ex-funcionário alegou ter avisado Paulo sobre o produto adulterado, mas o empresário o ignorou.

Para a reportagem, o delegado Breynner Vasconcelos, que atualmente está coordenando o caso, disse que a polícia ainda não conseguiu comprovar se de fato os donos compraram produtos do Paraguai, e que também não descobriu o fornecedor do óleo de silicone e do polimetilmetacrilato (PMMA). Acrescentou que o profissional que relatou a informação trabalhou na clínica em 2018.

Uma paciente contou à TV Anhanguera que pagou por um procedimento com o ácido hialurônico, que, segundo ela, custa aproximadamente R$ 1,5 mil o mililitro (ml), mas foi aplicado nela óleo de silicone, que custa R$ 80 o litro.

Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes. (Divulgação/Polícia Civil)

Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes. (Divulgação/Polícia Civil)

Entre os crimes aos quais os donos foram indiciados, está o de falsificação, corrupção ou a adulteração de produto terapêutico. Segundo o delegado Daniel José Oliveira, o casal também poderá responder, duas vezes ao menos, por armazenar e aplicar em substâncias manipuladas sem origem lista ou sem autorização sanitária.

Investigação

As investigações iniciaram em fevereiro de 2024. No dia 18 de dezembro do mesmo ano, os donos das clínicas, localizadas em Goiânia e Anápolis, foram presos. A soltura foi condedida no dia 7 de fevereiro, mas no dia 12 de março eles voltaram à prisão, após a polícia considerar que houve desobediência às medidas cautelares.

De acordo com a polícia, há mais de 30 vítimas diretas citadas, além do registro de mais 100 casos que poderão ser incluídos em inquérito complementar. O delegado informou que foi apurado que ao menos 6 mil pessoas passaram por procedimentos na clínica entre 2018 e 2019, sendo submetidas com óleo de silicone ou polimetilmetacrilato (PMMA): "substância com grave risco para saúde".

Inquérito foi formalizado em um documento de 15 volumes e encaminhado na última sexta-feira (21) para o Poder Judiciário, que deve ser analisado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).

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Goiânia vai aumentar sua área urbana em 1.210 hectares

Paço aprovou 19 processos para ampliação da macrozona construída por meio da Outorga Onerosa de Alteração de Uso. Tamanho equivale a 1.695 gramados do Serra Dourada

Modificado em 29/03/2025, 13:17

Em um ano e meio após a efetivação do novo Plano Diretor (PD) de Goiânia, 21 processos chegaram à Prefeitura para o uso da Outorga Onerosa de Alteração de Uso (OOAU), o dispositivo criado para transformar uma área rural em urbana. Desses processos, 19 foram aprovados e chegam a um total de 1.210 hectares a mais na macrozona construída, ou seja, a área da cidade que pode ser loteada e ocupada por edifícios, residências, comércios, avenidas e outros. Para ter uma ideia, essa área equivale a 1.695 campos de futebol do Estádio Serra Dourada, o qual tem um gramado ocupando 7.140 metros quadrados (0,714 hectares) de superfície.

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Especialista em Planejamento Urbano e Ambiental e presidente da Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente (Arca), Gerson Neto calcula que, considerando que 35% da área urbanizada serão para equipamentos públicos e arruamentos, se forem comercializados como lotes de 270 m² (o lote mínimo da Prefeitura), a área de expansão da cidade resultaria em 29.151 lotes. "Esse cálculo é para saber a estimativa de crescimento populacional que essa expansão abriga. Em 2023, a média de moradores por domicílio em Goiânia era de 2,61 pessoas, segundo o IBGE. Essa expansão tem potencial de abrigar um crescimento populacional de ao menos 76.084", estima ao lembrar que é possível ocupar o espaço com apartamentos, o que aumentaria a densidade populacional.

A área aprovada também representa um acréscimo de 2,7% na atual macrozona construída da cidade e 4,28% de redução na macrozona rural. A OOAU foi um instrumento urbanístico regulamentado no PD de 2023, a partir de emendas parlamentares, que definiu as características e mapeou as áreas que seriam passíveis de se tornar urbanas. Entre as obrigações que a área deve cumprir está o princípio de contiguidade, em que o imóvel deve estar no limite com algum loteamento da área urbana com um mínimo de 30% de ocupação. Na época, o argumento utilizado foi o de manter o perímetro urbano da capital, já que houve críticas a uma proposta anterior da Câmara Municipal em que a macrozona construída aumentaria em até 29%.

Com a OOAU, criaram-se, então, três tipos de áreas na cidade: a macrozona construída, as macrozonas rurais e uma área demarcada, dentro da rural, que seria urbanizável caso passasse pelo processo descrito. Não foram divulgados os critérios definidos pelos legisladores da época para distinguir quais fazendas ou chácaras das macrozonas rurais poderiam ser urbanizadas pela outorga onerosa. O mapa que definiu as áreas foi elaborado a partir de um grupo técnico formado pelos vereadores e membros do mercado imobiliário, ficando disponível o desenho das áreas apenas com a aprovação do PD.

Além disso, ficou definido que o proprietário da área que deseja ter o uso alterado deve pagar uma outorga de R$ 1,62 por m² de área, além da taxa do Documento Único de Arrecadação Municipal (DUAM). Levando em conta apenas o valor da outorga em si, o município deve arrecadar R$ 19.616.390,80 em razão da alteração de uso, verba que é vinculada ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano (FMDU). Em julho do ano passado, O POPULAR fez levantamento com base nos pedidos de informações sobre as áreas de OOAU na capital e havia 26 processos em que os proprietários desejavam saber se determinado local era ou não passível de uso do instrumento, o que resultaria em cerca de 1.100 hectares a mais na macrozona urbana, valor semelhante ao que foi aprovado e efetivado. Na época, o Paço Municipal não informou quais processos já haviam sido finalizados.

Segundo os dados da Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo Estratégico (Seplan) neste ano, dois processos foram feitos ainda em 2023, resultando 122 hectares de acréscimo na macrozona construída; 16 são de 2024, com 919 hectares; e outros 3 processos já de 2025, com 166 hectares. Ressalta-se que destes 21 processos, três deles, todos do ano passado, foram negados pela Seplan por não terem atendido aos critérios legais. De acordo com a pasta, como a regulamentação da OOAU partiu de uma emenda parlamentar, não houve, em princípio, uma expectativa do Poder Executivo acerca do volume de processos.

Contudo, diante dos requisitos mínimos necessários para a solicitação da concessão da OOAU estatuídos na legislação, é esperado que o volume não seja alto", informa a Seplan. Para o presidente da Associação dos Desenvolvedores Urbanos do Estado de Goiás (ADU-GO), João Victor Araújo, a quantidade está condizente ao esperado. "Mesmo porque a emissão da OOAU não quer dizer aprovação do projeto imobiliário. Essa é apenas uma fase inicial. Até percorrer todas as fases de aprovação e licenciamento de um novo projeto de parcelamento do solo, historicamente, ainda serão necessários uns três anos até a emissão final da aprovação."

Segundo Araújo, em razão dessa burocracia Goiânia chegará ao final do primeiro trimestre deste ano com menor número de estoque da história em Goiânia, em relação a quantidade de lotes, o que, para o mercado, justifica a necessidade de áreas urbanizáveis. Diferente do cálculo feito por Gerson Neto, sobre o adensamento das áreas rurais, o presidente da ADU-GO ressalta que a emissão da OOAU "não traduz certeza de aprovação de novos loteamentos ou outros tipos de projetos imobiliários (casas, shoppings, lotes comerciais, galpões)", sendo apenas "uma fase ainda muito inicial".

Por outro lado, Neto ressalta que, quando os loteadores perceberem os processos sendo deferidos, a tendência é que aumente o número de pedidos de expansão. "O dispositivo de alteração de uso está relacionado a uso comercial, residencial ou industrial, não a inclusão de glebas de áreas rurais no perímetro urbano. Goiânia tem um ornitorrinco jurídico em pleno funcionamento na Prefeitura de Goiânia. É preciso que o Ministério Público faça sua parte para evitar esse escândalo." Ele lembra que, somado a isso, ainda há vazios urbanos identificados pelo PD e não "vemos nenhuma política de ocupação compulsória sendo implementada".

Expansão é maior na região norte

Entre as macrozonas rurais de Goiânia, a que apresentou uma maior área a ser transferida de rural para urbana, por meio da Outorga Onerosa de Alteração de Uso (OOAU) é a da Capivara, cujo nome é dado pela presença do ribeirão de mesma denominação. Ao todo, foram seis processos na região localizada entre as GOs 080 e 462, nas saídas de Santo Antônio de Goiás e Nerópolis, no norte da capital. Os processos totalizam 432,395893 hectares, o que representa 4,89% de toda a macrozona rural.

De acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo Estratégico (Seplan), a concessionária de distribuição de água da capital, Saneago, já sinalizou "a necessidade de preservação e proteção da área estudada para a implantação do barramento e reservatório do Ribeirão Capivara, o qual proporcionará a resiliência/segurança hídrica ao sistema produtor Meia Ponte, fundamental ao abastecimento de Goiânia e de sua Região Metropolitana". A Seplan considera que, por essa sinalização, estão sendo feitos estudos para modificar o dispositivo da OOAU.

Além das áreas da Macrozona do Capivara, a região Norte de Goiânia, teve mais dois processos de OOAU sobre a Macrozona do João Leite, localizada entre a GO-080 e a BR-153, incluindo o reservatório do Ribeirão João Leite. Neste caso, os processos somam uma perda de 35,14 hectares de área rural a ser urbanizada. O presidente da Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente (Arca), Gerson Neto, reforça que a região norte da capital é a mais sensível, justamente pela presença dos córregos que abastecem a capital. Para ter uma ideia, historicamente a construção de Goiânia tinha o chamado cinturão verde , que envolvia toda a área urbana para a preservação. Com o passar dos anos, a preocupação ficou reduzida ao chamado "capacete verde", que era justamente as macrozonas rurais da zona norte.

Chama a atenção também a prospecção de expansão da cidade para a região oeste, a partir da Macrozona do Alto Anicuns, localizada entre a GO-060 e a BR-060, na saída para Trindade. Nesse caso, há o maior número de processos (7), que somam 263,144663 hectares, cerca de 12% de toda a área rural. Para o presidente da Associação dos Desenvolvedores Urbanos do Estado de Goiás (ADU-GO), João Victor Araújo, a procura se dá porque, naturalmente "são as áreas ainda possíveis de desenvolvimento na circunscrição imobiliária de Goiânia". Ele entende que "nas demais regiões, o desenvolvimento já 'pulou' Goiânia e foi pra municípios vizinhos".

Gerson Neto argumenta que "Goiânia está crescendo para cima e para os lados". "É uma dupla explosão imobiliária com esses prédios enormes sendo erguidos na região central, uma concentração gigantesca, ao mesmo tempo em que vão expandindo para as regiões periféricas. Isso é uma voracidade muito grande em uma cidade que já vive um trânsito tenso, caótico, complicado, com uma estrutura viária esgotada." O especialista em Planejamento Urbana entende que a cidade "vive mais um daqueles momentos de grande explosão sem muito planejamento. "Sem praticamente nenhum planejamento."

Para a Seplan, é difícil diagnosticar o motivo do maior interesse em empreender na região Norte de Goiânia, "visto se tratar de algo inerente ao mercado imobiliário". Contudo, a pasta tem como hipótese uma tendência à habitação de interesse social, tendo em vista que o PD direciona área de interesse social para a região, além de ter muitos imóveis vagos com grande extensão territorial.

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Motorista de aplicativo morre atingido por peça de caminhão que se soltou na BR-153

Imagem mostra o vidro do carro, no lado do motorista, perfurado pelo objeto. Uma passageira estava no banco traseiro e sofreu apenas ferimentos leves

Modificado em 28/03/2025, 10:58

Motorista por aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, morreu após ser atingido por uma peça de um caminhão, em Goiânia

Motorista por aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, morreu após ser atingido por uma peça de um caminhão, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera e Reprodução/Redes Sociais)

O motorista de aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, morreu após ser atingido por uma peça de um caminhão que se soltou na BR-153, no perímetro urbano de Goiânia. Uma imagem mostra o vidro do carro, no lado do motorista, perfurado pelo objeto (veja acima). A Polícia Civil investiga o caso.

O acidente ocorreu nesta quinta-feira (27), no km 493, sentido Goiânia-Anápolis. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma passageira estava no banco traseiro e sofreu apenas ferimentos leves, enquanto Eder não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Como o nome da passageira não foi divulgado, o DAQUI não conseguiu atualizar o estado de saúde dela.

A Polícia Científica realizou a perícia para apurar as circunstâncias do acidente. A Triunfo Concebra, concessionária responsável pelo trecho, informou que o cubo de freio se desprendeu do caminhão e atravessou o para-brisa do lado do motorista.

Eder Lopes deixa a esposa, quatro filhas e uma neta.

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Feirante é morto a tiros na porta de casa, em Goiânia

Segundo a polícia, o caso está sendo investigado pela Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH)

Júlio César de Freitas, de 54 anos (Reprodução/Redes Sociais)

Júlio César de Freitas, de 54 anos (Reprodução/Redes Sociais)

Um feirante de 54 anos foi morto a tiros na porta da casa dele, no Parque Tremendão, em Goiânia, segundo a Polícia Civil de Goiás (PCGO). O caso está sendo investigado pela Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) para tentar identificar suspeitos.

A irmã da vítima lamentou a morte do irmão nas redes sociais. Em uma publicação feita pela sobrinha, ela comentou: "O senhor vai fazer tanta falta".

O crime aconteceu na quarta-feira (26). Segundo a PCGO, a equipe policial esteve no local e constatou que Júlio César de Freitas foi morto a tiros. Em seguida, acionou a perícia e o Instituto Médico Legal (IML).

Diante do ocorrido, foram recolhidas imagens de câmeras de segurança próximas ao local para ajudar a identificar a dinâmica dos fatos. A polícia segue investigando o caso.

Conforme a família, o velório será realizado às 19h desta quinta-feira (27), na Igreja Assembleia de Deus Campo Central, em Goiânia.

Mensagem de luto publicada pela família da vítima (Reprodução/Redes Sociais)

Mensagem de luto publicada pela família da vítima (Reprodução/Redes Sociais)