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Faixas de ônibus em Goiânia têm 189 multas por dia

Após mais de 9 anos desde a implantação dos corredores preferenciais, motoristas seguem sem respeitar espaço e impedem que veículos aumentem velocidade

Modificado em 21/09/2024, 01:08

Ônibus disputa espaço com carros na Avenida T-63: invasão do espaço exclusivo prejudica a velocidade do transporte coletivo

Ônibus disputa espaço com carros na Avenida T-63: invasão do espaço exclusivo prejudica a velocidade do transporte coletivo (Fábio Lima)

A cada dia deste ano, por pelo menos 189 vezes, motoristas em Goiânia ocuparam indevidamente a faixa preferencial para o transporte coletivo nos corredores Universitário, 85 ou T-63. Mesmo que se trate de uma multa considerada gravíssima, com valor de R$ 293,46, os condutores na capital insistem em desrespeitar as regras que priorizam os ônibus no tráfego da capital, o que redunda em maior dificuldade para exercer o trajeto coletivo em maior velocidade. É válido lembrar que esse número se dá mesmo diante de um menor volume de veículos nas ruas em decorrência dos decretos municipais que restringiram a movimentação para conter a pandemia de Covid-19.

A pior situação é no Corredor Universitário, trecho de apenas 2,5 quilômetros entre a Praça Cívica e a Praça da Bíblia, que neste ano registrou uma média de 107 multas por dia, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) até o último 25 de abril. Ao todo, foram 12.249 infrações nas 95 faixas monitoradas por 35 radares. É o corredor com maior fiscalização eletrônica na capital, mas também o mais antigo, feito em 2012, o que deveria fazer com que fosse comum e natural a movimentação dos condutores na capital para evitar a ocupação indevida da faixa da direita.

Na capital, o número de radares nos corredores é equivalente às multas recebidas pelos condutores, o que demonstra a falta de educação no trânsito quanto ao respeito ao espaço dos ônibus. Enquanto o Corredor Universitário, com 35 radares, lidera no número de infrações, no Corredor 85, com 19 equipamentos, houve neste ano 6.205 multas flagradas, uma média de 54 por dia. Este é o corredor de maior extensão na capital, com 7,2 quilômetros projetados. Já na Avenida T-63, com 6,2 quilômetros e mesmo com um radar a mais em relação à Avenida 85, houve uma média neste ano e até o dia 25 de abril de 27 infrações flagradas e emitidas aos condutores a cada dia.

Para se ter uma ideia, em 2019, antes da pandemia de Covid-19, o volume de multas registradas nos corredores da capital foi de 263 em média por dia. Para o professor do Instituto Federal de Goiás (IFG) e engenheiro de trânsito Marcos Rothen, os números causam surpresa, "pois já passou um tempo significativo para que os motoristas se acostumarem com a sinalização, o que aparentemente não ocorreu".

Para Rothen, uma causa possível é o descrédito que os motoristas de Goiânia têm com a fiscalização. "Para analisarmos os efeitos das multas é necessário um estudo que verifique se as pessoas estão pagando as multas e se ocorre a reincidência." O professor cita estudo de alunos do IFG quanto ao comportamento dos motoristas nos semáforos com a fiscalização eletrônica, em que foi verificado respeito às regras.

Entendimento

"Assim também é possível concluir que parte dos motoristas ainda não entende a sinalização dos corredores. E como o objetivo da fiscalização é evitar as infrações e não a aplicação de multas, seria importante que os equipamentos de fiscalização fossem mais visíveis", avalia o professor. Por outro lado, ele lembra que é importante verificar se os motoristas infratores estão sendo efetivamente punidos. "Em Goiânia é comum vermos motoristas e motociclistas infringindo deliberadamente as normas de trânsito. Passa-se a impressão que motoristas e motociclistas contam com a ineficiência da fiscalização e não têm o senso de cidadania."

Para o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Domingos Sávio Afonso, no entanto, o entendimento é que a cidade já absorveu positivamente a questão dos corredores. "Eu diariamente ando pelo anel externo da Praça Cívica e é visível que o volume de veículos nas faixas da esquerda e do meio é muito maior, percebe-se claramente que a faixa da direita é menos usada. Isso ocorre na Avenida T-9 também, que é um corredor mas não tem fiscalização", diz. Ele completa que a faixa da direita, preferencialmente dos ônibus, é utilizada sim, mas com menor frequência.

CMTC entende que sinalização é clara

Presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Domingos Sávio Afonso discorda do professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen, sobre a questão da sinalização dos corredores. Para Rothen, o alto quantitativo de multas por ocupação indevida das faixas preferenciais mostra que os motoristas ainda não entendem como funciona a regra do corredor. Já Sávio acredita que os corredores estão "muito bem sinalizados". "As pessoas sabem como usam os corredores e há sinalização vertical e horizontal, mas há infratores contumazes na cidade", diz Sávio.

Ele confirma sua posição sob o argumento de que infrações cometidas até mais que o uso das faixas preferenciais são a partir de regras bastante difundidas e que já são de domínio público e, nem por isso, deixam de liderar o ranking em Goiás. Pelos dados do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), retirados do site do órgão, o uso da faixa exclusiva do transporte coletivo é uma das infrações mais cometidas na capital em 2021, atrás de excesso de velocidade, não uso do cinto de segurança e desrespeito à sinalização semafórica.

"Ninguém acha que precisa sinalizar melhor ou fazer campanha em relação a não poder passar pelo sinal vermelho, todo motorista sabe que não pode e mesmo assim está entre as infrações mais cometidas", considera Sávio. Para ele, a melhoria nas faixas, com maior respeito dos motoristas em Goiânia com o espaço preferencial dos veículos do transporte coletivo se daria com a inserção de mais pontos de fiscalização.

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Começa a proibição de estacionar na 3ª faixa em vias de Goiânia

SET inicia sinalização que proíbe estacionamento nas faixas de ônibus e moto das avenidas 136/Jamel Cecílio e Castelo Branco/Mutirão

Na Avenida 136, no Setor Sul, trabalhadores fazem a troca das placas de sinalização: agora, na via, é proibido tanto parar como estacionar

Na Avenida 136, no Setor Sul, trabalhadores fazem a troca das placas de sinalização: agora, na via, é proibido tanto parar como estacionar (Wildes Barbosa / O Popular)

A retirada das placas antigas ao longo das avenidas 136/Jamel Cecílio foi iniciada nesta segunda-feira (10) para a implantação das novas, que contêm as informações "proibido parar e estacionar" ao longo das vias e sobre o início do corredor preferencial de ônibus/motos na terceira faixa, mais à direita. O mesmo será feito nas avenidas Castelo Branco/Mutirão. O serviço, de acordo com a Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET), deve ser finalizado até o carnaval, no início de março. Após isso, a SET dará 15 dias de período educativo ao motorista e, depois disso, valerá a proibição com validade para fiscalização.

Serão os dois corredores iniciais dos dez que fazem parte da primeira leva de um total de 26, que juntos somam 250 quilômetros de extensão, dentro do Programa de Desobstrução de Vias Arteriais da Prefeitura de Goiânia, que tem o objetivo de aumentar a fluidez dos veículos privados e do transporte coletivo. Além de proibir o estacionamento, há a previsão de retirada das caçambas para entulhos da construção civil, de tachões e outros objetos que impedem o fluxo. Com isso, ônibus e motos vão ocupar essa faixa e, em tese, desobstruir as demais para os outros veículos, o que aumentaria a velocidade da viagem.

A medida, porém, foi criticada por lojistas sob o argumento de que prejudicaria a chegada dos clientes e o transporte de mercadorias, o que diminuiria as vendas. O mesmo ocorreu quando da implantação dos corredores T-7, 85 e T-63, entre os anos de 2015 e 2016. Proprietário de uma loja de iluminação na Avenida Jamel Cecílio, Willian Luiz conta que a situação na via vai ficar complicada. "Aqui os funcionários e a gente já para nas ruas de lado para deixar a avenida para os clientes e nessas ruas já não cabem mais que dois carros. Aqui, por serem muitas lojas, às vezes não se encontra vaga e o cliente deixa de comprar por não ter onde parar", diz.

O empresário relata que hoje em dia está bem melhor de vendas na região, mas que os lojistas sofreram com os processos que já ocorreram, como a construção do Complexo Viário Jamel Cecílio, entre 2019 e 2020. "Muitos fecharam as portas, eu mesmo até anunciei a loja por falta de cliente. Não tinha como passar e para estacionar era mais longe", diz. Ele se lembra também que, com o fim do estacionamento, tem a questão dos caminhões das transportadoras que fazem as entregas e precisam parar na porta dos comércios, já que muitas vezes são materiais pesados.

Willian Luiz não acredita que a situação chegará a ser como foi em relação à construção do viaduto, mas pensa que haverá perda de vendas. Outro problema é que não houve aviso ou conversa com os comerciantes locais. "Não foi falado, nem esperávamos (essa medida). Em frente a nossa loja, eles haviam retirado o semáforo no começo do ano, que foi também uma surpresa para nós." O Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO) entende que o comércio das avenidas deve ser profundamente prejudicado pela proibição de estacionamento.

A entidade classista reforça "que vem há anos pedindo à Prefeitura de Goiânia justamente o contrário, ou seja, a criação de mais vagas públicas nas principais ruas e avenidas da capital". "Os comerciantes e a própria população devem ser chamados para o diálogo antes de decisões de alto impacto como essa, que coloca em xeque a sobrevivência de milhares de empresas", afirma o Sindilojas-GO. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia) manifestou preocupação com a decisão da Prefeitura. "Embora a entidade apoie medidas que visem melhorar a fluidez do trânsito e a mobilidade urbana, considera inaceitável que tal iniciativa seja implementada sem um planejamento adequado que leve em conta os impactos no setor comercial e na economia local."

Para a entidade, "a retirada das vagas de estacionamento nessas importantes regiões comerciais afetará o fluxo de consumidores, desestimulando o consumo, reduzindo as vendas e colocando em risco a sobrevivência de centenas de estabelecimentos". Engenheiro de transporte e integrante do Mova-Se Fórum de Mobilidade, Matheus Duarte lembra que boa parte da Avenida 136 já tinha a proibição do estacionamento na via e que a medida visa melhorar o fluxo dos ônibus, que em média carregam 3 mil pessoas por dia. "Ao contrário dos outros corredores, que tinham a faixa só para os ônibus e receberam as motos e então perderam, essas vão só ganhar, porque não tinham nada e agora vão ter uma faixa, mesmo que não fosse o ideal para o transporte coletivo."

O engenheiro entende que a inclusão das motocicletas nos corredores tenha facilitado a implantação de novas vias compartilhadas, já que não houve reclamações dos motoristas, apenas dos comerciantes locais. Duarte reforça que o metro quadrado dessas avenidas é muito valioso para ser usado por um carro parado e que é uma tendência urbanística as construções nessas vias terem recuos e estacionamentos. "Isso ocorreu também na implantação de outros corredores e não houve desvalorização do metro quadrado. As vias, como a T-63, continuam com seus comércios e sendo locais dos mais valorizados da cidade", reitera.

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Empresa faz primeiro voo de carro voador em escala real no Brasil

A Gohobby realizou, nesta sexta-feira (20), o primeiro voo do carro voador. A aeronave decolou por volta das 11h30 desta sexta e sobrevoou o Aeroquadra, aeroclube localizado em Quadra (SP), a cerca de 40 metros de altitude. O voo durou cerca de cinco minutos

Modificado em 04/11/2024, 08:57

Voo, a 40 metros de altura, durou cerca de cinco minutos

Voo, a 40 metros de altura, durou cerca de cinco minutos (Reprodução: Redes Sociais)

A Gohobby realizou, nesta sexta-feira (20), o primeiro voo do carro voador EH216, da fabricante chinesa EHang, em solo brasileiro. A empresa havia conseguido, ainda em setembro, autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para fazer voos-teste com o eVtol (veículo de pouso e decolagem na vertical).

A aeronave decolou por volta das 11h30 desta sexta e sobrevoou o Aeroquadra, aeroclube localizado em Quadra (SP), a cerca de 40 metros de altitude. O voo durou cerca de cinco minutos.

Segundo a Anac, até o momento, autorizações de voos para teste no Brasil foram concedidas somente para a aeronave da Eve (empresa controlada pela Embraer) e para o modelo da EHang. A agência diz que o voo realizado pela Gohobby é o primeiro com eVtol em escala real.

A autorização emitida pela Anac é voltada para pesquisa e desenvolvimento. Por isso, a empresa ainda não está autorizada a transportar passageiros.

Não há previsão no curto prazo para que a aeronave seja certificada no país, de acordo com a Anac. A certificação é necessária para que o modelo possa ser usado para voos comerciais.

O carro voador vendido pela Gohobby tem 1,93 metros de altura e 5,73 metros de largura e possui até um compartimento que funciona como porta-malas. A velocidade máxima chega a 130 km/h, e a distância máxima a ser percorrida pelo eVtol é de 30 quilômetros.

A aeronave é avaliada no Brasil em cerca de US$ 600 mil (quase R$ 3,4 milhões). Em meados de junho, havia 16 pessoas na lista de espera para compras, segundo a Gohobby.

O EH216 é fabricado no modelo S, voltado para o transporte de passageiros, e no modelo F, produzido para ser usado por bombeiros.

A Gohobby, que comercializa o modelo da EHang no Brasil, já levou o modelo da EHang para eventos do setor neste ano, como a Expo eVTOL, feira que foi realizada na capital paulista em maio, e o Catarina Aviation Show, organizado pelo aeroporto executivo Catarina, em São Roque (SP), em junho.

Como ainda não há regulamentação para eVtols no país, o carro voador da EHang, que é comercializado no Brasil pela Gohobby, está enquadrado no regulamento de drones, o RBAC-E 94. O tipo de autorização emitida pelo órgão regulador já foi expedido outras vezes para outras empresas, como a Xmobots, especializada em drones, por exemplo.

"A aviação sempre foi glamorosa, mas não muito acessível. O eVtol vem para democratizar a aviação para todos, para que você possa ir trabalhar voando. Com certeza vai ser a maneira pela qual nós vamos nos transportar em grandes cidades e entre cidades", disse o CEO da Gohobby, Adriano Buzaid.

Também presente no evento, a COO para Europa e América Latina da EHang, Victoria Jing Xiang, disse à reportagem que a fabricante conversa com a CAAC (autoridade de aviação da China) e a Anac para que o veículo possa obter o certificado no Brasil. As agências dos dois países trabalham juntas no processo.

Concorrente brasileira da EHang, a Eve revelou seu primeiro protótipo do eVtol em escala real em julho durante uma feira do setor em Farnborough, no Reino Unido. Segundo a empresa, o modelo, que foi produzido na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (interior de São Paulo), vai para uma próxima fase que envolve uma série de testes para avaliar operação e desempenho da aeronave, desde as capacidades de voo até recursos de segurança.

Assim que todos os testes em solo forem concluídos, o protótipo fará seu primeiro voo, disse a Eve em nota para reportagem. Em paralelo, a empresa diz continuar as conversas com a Anac para obter a certificação da aeronave.

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Ao menos seis pessoas caem na rua por dia em Goiânia

Atendimentos dos Bombeiros a queda da própria altura ou de menos de 3 metros no espaço público na capital somam 1.208 ocorrências desde janeiro deste ano

Modificado em 17/09/2024, 16:33

Ao menos seis pessoas caem na rua por dia em Goiânia

Pelo menos seis pessoas caem da própria altura ou de locais menores que 3 metros no espaço público de Goiânia a cada dia, o que demonstra a existência de buracos e obstáculos em ruas e calçadas. Entre janeiro e junho deste ano, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) registrou 1.208 atendimentos deste tipo, um número maior do que no mesmo período do ano passado, quando houveram 1.120 ocorrências. A situação se tornou objeto de um projeto de pesquisa de extensão do engenheiro e professor Marcos de Luca Rothen, do curso de Engenharia de Transportes do Instituto Federal de Goiás (IFG). Ele analisou os dados somados entre janeiro e maio deste ano.

Segundo explica o professor, a pesquisa utiliza bibliografia estrangeira sobre avaliação de risco para usuários do transporte coletivo, que em boa parte do trajeto são pedestres. "Eles falam bastante da segurança do pedestre, tanto nas calçadas quanto nos demais espaços públicos como terminais, pontos de paradas e travessias. Alertado por isso, fui buscar se em Goiânia havia alguma ação dos órgãos públicos sobre a queda das pessoas nas ruas. No entanto, esse assunto não faz parte das preocupações das autoridades municipais", alerta o professor. Ele buscou dados no Corpo de Bombeiros, onde foi repassado a quantidade de atendimentos, e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que não teve a disponibilidade.

Apesar do número de atendimento observar ao menos seis quedas de pessoas nas ruas da capital, Rothen alerta que é comum ter relatos das pessoas que sofrem quedas na rua, algumas com ferimentos graves. Segundo o professor, ao questionar pessoas nas ruas, a queda no espaço público é algo comum, mas que na maioria das vezes a pessoa é socorrida pelos populares e, apenas nos casos mais graves, é que é acionado o resgate. "Os relatos de queda normalmente falam sobre a deficiência das calçadas, o que leva as pessoas a perderem o equilíbrio e sofrerem as quedas. É de conhecimento geral que em Goiânia as calçadas em grande parte não oferecem segurança para os pedestres. Ficou clara a impressão, para mim, que o assunto é grave e não é considerado como tal pelas nossas autoridades."

Os principais problemas verificados pelo professor envolvem as condições das calçadas, mas ele relata que também verificou uma situação atípica, onde alguém deixou algum resíduo de obras, como pedras ou pedaços de concreto que se tornaram obstáculos aos pedestres. "Para a cidade os problemas são o custo de um acidente em que um morador precisa de atendimento médico por parte do poder público. Algumas pessoas precisam de cirurgia e ficam afastadas das suas atividades de trabalho ou de outra atividade", considera.

A intenção inicial era verificar a situação dos usuários de transporte coletivo já dentro do sistema, como nos ônibus, pontos de embarque ou terminais. No entanto, os dados fornecidos pelo Corpo de Bombeiros referentes a ocorrências no transporte público foram reduzidos e "não permitiu a percepção de problemas localizados, no entanto a mobilidade fornecida pelo transporte coletivo inclui, de forma muito importante, as condições de acesso aos pontos de parada (no embarque e no desembarque) e nos terminais".

Rothen reforça que um dos componentes principais da mobilidade é o espaço para o pedestre caminhar. "A qualidade da mobilidade é afetada diretamente pela qualidade das calçadas e dos locais de travessia. Normalmente as pessoas reclamam das dificuldades de caminhar por Goiânia, não há espaço, as calçadas são irregulares, muitas vezes obstruídas parcial ou totalmente. Uma frase que sempre se usa é a de todos somos pedestres, então todos perdem mobilidade por falta de espaço para caminhar. A falta de segurança nas calçadas muitas vezes leva as pessoas a optarem por usar os carros, ou até mesmo desistirem de fazer uma caminhada."

Nos dados recebidos pelo professor e separados por local de ocorrência, chamou a sua atenção os locais onde o estado de saúde da vítima exigiu o resgate. "Estão espalhados por toda a cidade, mas na Avenida Goiás, com as suas obras que estão sendo realizadas há anos, é o lugar com maior número de incidências. Também é importante destacar a grande quantidade de mulheres acima de 65 anos que precisaram de resgate. A queda das pessoas idosas, em geral, é algo mais grave do que num jovem. A recuperação dos idosos é mais lenta e as vezes traz outras complicações", explica. Além das calçadas ruins ou até mesmo inexistentes, ele conta uma situação descrita como pitoresco na Rua T-51 do Setor Bueno, onde foram colocados na calçada obstáculos de concreto, servindo como uma armadilha para os pedestres.

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Motoristas podem recorrer das multas pela internet; atendimento presencial será mantido

Segundo órgão, o serviço já era disponibilizado pelo aplicativo e presencialmente, mas agora o motorista tem mais uma opção

Modificado em 17/09/2024, 16:03

Agente de trânsito durante fiscalização em Goiânia

Agente de trânsito durante fiscalização em Goiânia
 (Diomício Gomes)

O Detran Goiás anunciou um novo recurso digital para que os motoristas também possam recorrer das multas pela internet. A informação foi divulgada durante uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (20).

De acordo com o delegado Waldir Soares, presidente do Detran, o serviço já era disponibilizado pelo aplicativo e presencialmente, mas agora o motorista tem mais uma opção.

Vamos continuar tendo atendimento presencial, mas estamos oferecendo uma forma para facilitar a vida dos motoristas", afirma.

Para recorrer das multas pela internet, o motorista deve acessar o Portal Expresso, pesquisar por 'recurso de multa' e seguir as orientações descritas na Carta do Serviço. O recurso também é disponibilizado pelo aplicativo Detran GO ON e presencialmente nos Vapt Vupts, Ciretrans e na sede.

De acordo com o órgão, a nova opção deve incentivar os motoristas a procurarem o serviço digital ao invés do atendimento presencial. Por mês, o Detran Goiás recebe cerca de 10 mil recursos de multas, sendo que apenas 2% desse quantitativo são feitos digitalmente.

Ao fazer o recurso pelo portal, segundo o Detran, o motorista é direcionado automaticamente para o setor responsável pelo julgamento. Todo o processo pode ser acompanhado pela internet.

O Detran ainda lembra que o motorista precisa manter o cadastro atualizado, já que a notificação de multa é enviada para o endereço informado. Após ser notificado, o motorista tem até 30 dias para solicitar o recurso da multa.