Geral

Julgamento de incêndio da boate Kiss é anulado e condenados são soltos

No total, foram 242 mortes e mais de 600 feridos

Folhapress

Modificado em 20/09/2024, 04:06

Incêndio aconteceu em janeiro de 2013

Incêndio aconteceu em janeiro de 2013 (Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo)

O julgamento que condenou quatro réus pela tragédia da boate Kiss, ocorrida em Santa Maria em 2013, foi anulado pelos desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A decisão se deu por 2 votos a 1, na análise dos recursos da defesa dos réus nesta quarta-feira (3). Com isso, os quatro acusados pelo incêndio deixaram a prisão ainda na noite de quarta-feira (3).

Foram liberados: Elissandro Callegaro Spohr, dono da boate Kiss, que havia sido condenado a 22 anos e seis meses de reclusão; seu sócio, Mauro Londero Hoffmann, que havia sido condenado a 19 anos e seis meses; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, que havia sido condenado a 18 anos; e o assistente da banda, Luciano Bonilha Leão, também condenado a 18 anos.

Luciano e Marcelo estavam no Presídio Estadual de São Vicente do Sul e foram os primeiros a deixar a prisão. Mauro e Elissandro estavam na Penitenciária Estadual de Canoas e foram liberados em seguida.

Dez anos do crime

Com a anulação do julgamento, o incêndio que terminou com 242 mortes e mais de 600 feridos pode completar dez anos em janeiro de 2023 sem nenhum responsabilizado na prisão. O Ministério Público lamentou a anulação e disse que vai recorrer da decisão junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Pedido de anulação

Os advogados dos réus haviam pedido a anulação do julgamento alegando que não houve cumprimento das regras judiciais ao longo do processo. Advogado de Spohr, Jader Marques, citava entre os motivos a definição de um dos jurados a seis dias do júri, causando prejuízo à preparação das defesas.

O voto do relator Manuel José Martinez Lucas, que era temido pelos familiares das vítimas em razão de pareces anteriores dele no caso, foi o único contrário à nulidade. Embora tenha reconhecido irregularidades nos ritos do processo, o desembargador não enxergou nada que pudesse influenciar na decisão dos jurados pela condenação.

Já os desembargadores José Conrado Kurtz de Souza e Jayme Weingartner Neto discordaram o relator. No voto de minerva pela anulação, Weingartner Neto citou primeiramente irregularidades no sorteio dos jurados. Conforme o desembargador, o sorteio de parte dos jurados a quatro dias do júri, seis a menos do que mínimo admitido, comprometeu as estratégias da defesa.

"Nós temos que levar mais a sério a plenitude da defesa", disse o desembargador.

Weingartner Neto questionou ainda o acesso do Ministério Público ao sistema Consultas Integradas para a composição dos candidatos a júri. O sistema dá acesso a dados como a ficha policial dos gaúchos, e a defesa dos réus questionou que a exclusão de pessoas com algum vínculo com o sistema prisional pode influenciar a posição dos jurados sobre o encarceramento dos réus.

Finalizado em dezembro de 2021, o julgamento ocorreu após quase nove anos da tragédia e foi o mais longo da história do Judiciário gaúcho.

Geral

STF julga se Bolsonaro vira réu por trama golpista e deixa aliados de ex-presidente divididos

Sessão ocorre após um trâmite acelerado da denúncia da Procuradoria-Geral da República

Supremo decide se recebe denúncia contra ex-presidente

Supremo decide se recebe denúncia contra ex-presidente (Divulgação: Carolina Antunes/PR)

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) começa nesta terça-feira (25) o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) réu sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

A sessão ocorre após um trâmite acelerado da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) e em meio a divergências entre aliados do ex-presidente sobre como ele deve lidar com a situação.

Alvo de ataques frequentes de Bolsonaro, que escalaram no último ano, o STF decidiu reforçar sua segurança para a deliberação.

A expectativa no Supremo é que a denúncia seja recebida por unanimidade na turma, composta pelo ministro-relator, Alexandre de Moraes, e pelos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

Além de Bolsonaro, serão julgados outros sete integrantes do que a PGR classificou como núcleo central na articulação de uma ruptura institucional para impedir a posse de Lula (PT) nas eleições presidenciais de 2022.

Estão nele o deputado federal pelo PL e ex-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto.

As defesas dos acusados negam que eles tenham articulado uma tentativa de golpe e questionam aspectos como a participação de Moraes, Dino e Zanin no julgamento, além da deliberação pela Primeira Turma e não pelo plenário.

Os advogados de Bolsonaro pretendem se concentrar em questões técnicas e processuais para justificar a inocência do ex-presidente, mantendo contato nos bastidores com ministros do Supremo.

A reação pública do ex-presidente ao processo, no entanto, divide seus aliados.

As divergências vão desde a estratégia em relação às acusações quanto à conduta antes do julgamento.

A decisão de Bolsonaro de participar de entrevista na noite desta segunda-feira (24), em São Paulo, para um podcast com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi criticada por pessoas próximas ao ex-presidente.

Elas argumentam que a agenda beneficia mais Tarcísio do que Bolsonaro, que deveria focar a preparação de discursos e entrevistas para depois do julgamento. A programação é que ele volte a Brasília entre a noite desta segunda e a manhã de terça.

Na capital federal, Bolsonaro deve assistir ao julgamento na casa do deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição no Congresso.

Mas a agenda não é consenso entre os principais auxiliares do ex-presidente e a equipe que o defenderá no Supremo, que passou esta manhã em conversas de telefone cogitando alterações de roteiro.

Prevendo um potencial de embates, o tribunal preparou um plano de segurança especial para os dias de julgamento da denúncia da trama golpista. O esquema envolve a limitação do acesso ao edifício sede e aos anexos, a manutenção dos gradis que cercam a corte e o monitoramento de possíveis ameaças.

O nível das restrições é estabelecido após análise de risco da Secretaria de Polícia Judicial. Desde o atentado a bomba em novembro de 2024, o Supremo tem sido mais rígido na definição dos planos de segurança, com barreiras de checagem próximas à entrada da sede, por exemplo.

Só será autorizado o acesso de servidores da corte e de jornalistas e advogados credenciados para acompanhar o julgamento.

A Segunda Turma do Supremo cancelou sua sessão de julgamento prevista para esta terça após pedido do ministro Cristiano Zanin. A expectativa era colocar um telão na sala e abrir o espaço para a transmissão do recebimento da denúncia contra Bolsonaro.

O plano acabou descartado pela segurança do STF. A ideia é restringir ao máximo o acesso do público ao tribunal diante das peculiaridades do julgamento e das ameaças diárias aos ministros detectadas pela Secretaria de Polícia Judicial.

A segurança do Supremo também já ativou na segunda-feira sistemas para a segurança cibernética do tribunal, prevendo um aumento de ameaças às estruturas digitais da corte. No sistema do peticionamento do STF foi acionada uma barreira para evitar sobrecarga de acesso de robôs ao site. Ferramentas semelhantes são usadas para garantir o funcionamento das plataformas da TV Justiça.

COMO SERÁ O JULGAMENTO

Na atual etapa, os ministros do Supremo devem avaliar se a denúncia da PGR levanta indícios de materialidade e autoria contra os acusados.

É um passo ainda inicial no processo. Se a denúncia for recebida, Bolsonaro e as outras sete pessoas que serão julgadas pelo caso nesta terça-feira passarão à condição de réus e, assim, responderão a ações penais no tribunal.

Zanin deverá abrir a sessão às 9h30. A previsão é que Moraes leia o relatório e, na sequência, comecem as sustentações orais. O procurador-geral Paulo Gonet falará por 30 minutos, e as defesas terão duas horas para expor suas posições -serão oito defesas com 15 minutos cada.

Somente após as falas das defesas é que Moraes deve apresentar seu voto.

Em um primeiro momento, ele vai decidir sobre argumentações preliminares apontadas pelos denunciados, como os pedidos de anulação da delação de Mauro Cid e de envio do julgamento para o plenário do Supremo, composto por 11 ministros.

Só depois de concluídas as preliminares é que Moraes apresentará seu voto definitivo sobre o recebimento ou rejeição da denúncia. Os demais ministros vão debater esses pontos e apresentar seus votos na sequência.

Após o voto de Moraes, será seguida a ordem de antiguidade: Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia. O último a votar será o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin.

O julgamento deve continuar à tarde, e o término está previsto para a manhã de quarta-feira (26).

Geral

Segunda Turma do STF forma maioria por condenação e prisão de réus da boate Kiss

Em setembro de 2023, a anulação do júri foi confirmada pelo STJ, e o caso chegou ao Supremo em 2024

Modificado em 04/02/2025, 17:58

A maioria das vítimas sofreu asfixia devido a gases tóxicos liberados pela queima do revestimento de espuma do local

A maioria das vítimas sofreu asfixia devido a gases tóxicos liberados pela queima do revestimento de espuma do local (Luca Erbes/Futura Press/Estadão Conteúdo)

A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) alcançou maioria nesta segunda-feira (3) para manter a decisão que restabeleceu a condenação dos quatro réus pela tragédia da boate Kiss, determinando a prisão imediata deles.

A votação se deu em plenário virtual. Os ministros Edson Fachin e Gilmar Mendes acompanharam o relator, Dias Toffoli. Os votos dos ministros Nunes Marques e André Mendonça ainda não foram proferidos, mas suas posições podem ser registradas no sistema eletrônico do Supremo até o fim da noite desta segunda.

Incêndio atinge Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia
[Avião com criança e mais 5 cai perto de shopping e explode; vídeo mostra incêndio](http://Avião com criança e mais 5 cai perto de shopping e explode; vídeo mostra incêndio | Daqui - Veja mais em: https://daqui.opopular.com.br/geral/avi-o-com-crianca-e-mais-5-cai-perto-de-shopping-e-explode-video-mostra-incendio-1.3226403)
[VÍDEO: Carro pegando fogo desce rua desgovernado em Jataí](http://VÍDEO: Carro pegando fogo desce rua desgovernado em Jataí | Daqui - Veja mais em: https://daqui.opopular.com.br/geral/video-carro-pegando-fogo-desce-rua-desgovernado-em-jatai-1.3221692)

A tragédia ocorreu durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira na cidade gaúcha de Santa Maria (a 288 km de Porto Alegre), na madrugada de 27 de janeiro de 2013.

O incêndio deixou 242 mortos e mais de 600 feridos. As vítimas tinham, em média, 23 anos.

A maioria das vítimas sofreu asfixia devido a gases tóxicos liberados pela queima do revestimento de espuma instalado irregularmente no local e que foi atingido pelas chamas de um artefato pirotécnico.

Quatro réus receberam penas de prisão: o auxiliar da banda Luciano Bonilha (18 anos de prisão), o vocalista, Marcelo de Jesus (18 anos), e os sócios da boate Mauro Hoffmann (19 anos e seis meses) e Elissandro Spohr (22 anos e seis meses).

Em agosto de 2022, por 2 votos a 1, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho anularam o júri que, em dezembro de 2021, havia decidido pelas condenações. Quando o caso completou dez anos, em 2023, ninguém havia sido responsabilizado pela Justiça.

Em setembro de 2023, a anulação do júri foi confirmada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), e o caso chegou ao Supremo em 2024.

Em setembro do ano passado, Toffoli decidiu pela validade das condenações, atendendo a recursos da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

Em novembro, Toffoli negou o recurso de um condenado pelo incêndio, Luciano Bonilha, que pedia a revisão da decisão anterior.

O julgamento desta segunda tinha o objetivo de definir se os ministros acatariam o pedido das defesas dos réus, que entraram com recurso contra a decisão tomada pelo relator em setembro.

Em nota, o advogado de Spohr, Jader Marques, disse que apesar de discordar da decisão de Toffoli referendada pela maioria dos ministros, acatará, respeitosamente, o que for determinado pela corte.

"Como já determinado pelo relator, se mantida a decisão, o caso deverá voltar ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul para julgamento dos pontos remanescentes. Com efeito, a defesa de Elissandro aguarda a retomada do julgamento do caso no Tribunal de Justiça, em Porto Alegre, e confia no acatamento das teses apresentadas", afirmou.

Também em nota, a advogada Tatiana Borsa, que representa Marcelo de Jesus, diz que acompanha o julgamento do STF e lamenta, desde já, o resultado.

"Após a conclusão da votação pela Corte Suprema, aguardaremos o julgamento do recurso de apelação pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, sendo que reafirmamos a nossa confiança na Justiça."

As defesas de Bonilha e Hoffmann não comentaram até a publicação desta reportagem.

Geral

Incêndio atinge Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia

Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo destruiu parte dos materiais hospitalares da unidade. Ninguém ficou ferido

Modificado em 03/02/2025, 09:23

undefined / Reprodução

Um incêndio atingiu o Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (Heapa) na madrugada desta segunda-feira (3). Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo ocorreu no setor de armazenamento de materiais hospitalares da unidade, que fica no Bairro Conde dos Arcos. As chamas já foram extintas e ninguém ficou ferido. Um vídeo mostra como ficou o local após o trabalho dos bombeiros (assista acima) .

Ainda conforme os militares, um bombeiro que estava de plantão no hospital como médico foi quem iniciou o combate às chamas. No local tinham 76 pacientes no momento do incêndio, sendo que todos foram removidos preventivamente para outras áreas da unidade.

As chamas destruíram parte dos materiais hospitalares, como kits cirúrgicos e estruturas metálicas, além de causarem fuligem nas paredes e teto. Ainda não se sabe o que pode ter causado o incêndio.

Em nota, a direção do hospital informou que o foco do incêndio foi no aparelho de ar-condicionado, o que facilitou o combate às chamas e controle da situação. A unidade também disse que houve a evacuação de algumas alas como precaução, para garantir a segurança de pacientes e acompanhantes (leia na íntegra ao final do texto).

A Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) também se pronunciou sobre o ocorrido. O órgão disse que o centro cirúrgico do hospital foi interditado por estar localizado ao lado da Central de Material e Esterilização (CME). Com isso, as cirurgias eletivas e de emergência estão temporariamente suspensas (leia na íntegra ao final do texto).

Estragos causados pelo incêndio no Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (Heapa). (Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Estragos causados pelo incêndio no Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (Heapa). (Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Nota Heapa

*A direção do Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada informa sobre incidente ocorrido na unidade:

  • No início da manhã dessa segunda-feira, 03/02 um princípio de incêndio foi detectado na Central de Material e Esterilização (CME) e rapidamente foi seguido o protocolo de evacuação do local e combate às chamas primeiramente pela equipe de brigadistas que passam por capacitação e reciclagem para agir em situações como essa;
  • O foco do incêndio foi no aparelho de ar-condicionado, o que facilitou o combate às chamas e controle da situação;
  • As equipes assistenciais cuidaram para garantir o conforto e segurança de pacientes e acompanhantes e houve a evacuação de algumas alas como precaução com a fumaça para garantir a segurança de pacientes e acompanhantes, que logo retornaram permitindo a continuidade do atendimento;
  • Com a situação controlada e a chegada da equipe do Corpo de Bombeiros foi feito o acompanhamento para minimizar riscos e evitar reignição;
  • O Centro Cirúrgico do Heapa permanecerá fechado para completa desinfecção e readequação do material esterilizado e o retorno à normalidade deverá ocorrer até o final da tarde dessa segunda-feira ou no máximo até a manhã de terça-feira;
  • A direção reitera seu compromisso de prestar um serviço de excelência e humanização no atendimento a toda a comunidade de Aparecida de Goiânia e região.*
    Nota SES-GO
  • A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) mobilizou equipes técnicas para acompanhar e avaliar os impactos do incêndio ocorrido na madrugada desta segunda, 03/02, no Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (HEAPA).

    Um curto-circuito no aparelho de ar-condicionado da Central de Material e Esterilização (CME) da unidade foi identificada como a causa do incêndio, que foi rapidamente contido. Contudo, devido à fumaça, alguns pacientes precisaram ser removidos, por precaução, das salas adjacentes ou próximas ao CME. Nenhum paciente ou colaborador se feriu em decorrência do incidente. Até o momento, três pacientes estão sendo transferidos da unidade.

    O centro cirúrgico foi interditado por estar localizado ao lado do CME, onde materiais foram comprometidos pelo fogo. Por essa razão, as cirurgias eletivas e de emergência estão temporariamente suspensas.

    Tão logo foi informada sobre o ocorrido, a SES-GO acionou profissionais das Superintendências de Infraestrutura; de Regulação, Controle e Avaliação; e de Políticas e Atenção Integral à Saúde para realizarem uma avaliação in loco dos danos e dos possíveis impactos para o atendimento na unidade.

    A SES-GO segue monitorando a situação e reforça seu compromisso em assegurar um atendimento seguro e de qualidade para a população. Mais informações serão divulgadas conforme atualizações da análise da equipe técnica e da assessoria do hospital.

    Geral

    Caso Priscila Brenda: acusado de matar adolescente será julgado novamente em fevereiro

    A família da adolescente disse que apesar de a dor não diminuir, estão confiantes e acreditam que a justiça não vai falhar

    Priscila Brenda, adolescente assassinada em Catalão.

    Priscila Brenda, adolescente assassinada em Catalão. (Reprodução/Facebook)

    O novo julgamento de Paulo Vitor Azevedo, acusado de matar a adolescente Priscila Brenda Martins, de 14 anos, deve acontecer em fevereiro deste ano. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), o júri está marcado para o dia 6, na Vara Criminal de Catalão, no sudeste de Goiás.

    Ao POPULAR , Thauanne Ilídia, prima da Priscila Brenda, disse que a família está aflita e revivendo a dor do desaparecimento da adolescente. Mas também que eles estão confiantes e acreditam que a justiça não vai falhar.

    Estamos aflitos e revivendo a dor de não ter mais ela com a gente. Reviver essa dor é como se ela tivesse desaparecido recentemente. A dor da perda nunca diminuiu e nunca vai diminuir. Estamos confiantes primeiramente na justiça de Deus e queremos acreditar que a justiça aqui da terra não vai falhar. Ele precisa pagar pelo que fez para podermos descansar nossos corações. Sabemos que não vamos ter ela de novo com a gente, mas ir atrás da justiça é o mínimo que podemos fazer por ela! E vamos lutar até o fim para que ele page pelo que fez", afirmou Thauanne.

    Em nota enviada ao POPULAR, a defesa de Paulo Vitor disse que ele "nunca foi namorado da Priscila Brenda" e na data dos fatos "Paulo Vitor não estava na companhia dela". Sendo o Paulo Vitor "inocente, por ausência de provas, o que será demonstrado ao corpo de jurados do egrégio Tribunal do Juri, para realizarem um julgamento justo e imparcial" (confira a nota na íntegra ao final da reportagem).

    Julgamento anulado

    O julgamento, que condenou Paulo Vitor a 18 anos de prisão e inocentou o amigo dele, Claudomiro Marinho Júnior, aconteceu em abril de 2023, mas foi anulado porque uma das juradas publicou em sua rede social uma opinião sobre o júri que se realizaria.

    Segundo o documento, a Justiça considerou que, com as postagens feitas pela jurada, foi demonstrada parcialidade com relação ao caso. O juiz Alexandre Bizzotto destacou que, por mais que a jurada estivesse com boa fé, ela violou uma das regras fundamentais para o funcionamento do Conselho de Sentença, que é o sigilo da votação.

    Também por meio de nota, a defesa de Claudomiro disse que, por decisão do Conselho de Sentença do Tribunal do Juri realizado em 28 de abril de 2023, ele foi absolvido dos delitos de homicídio qualificado e ocultação de cadáver e que o Ministério Público do Estado de Goiás recorreu apenas em relação ao réu Paulo Vitor. "Portanto, o caso está encerrado quanto a Claudomiro Marinho Júnior, sendo feito a devida Justiça, mesmo que de forma tardia" (confira a nota na íntegra ao final da reportagem).

    Relembre o caso

    Priscila Brenda foi vista pela última vez no dia 11 de dezembro de 2012 entrando no carro de Paulo Vitor, então namorado dela, em Pires Belo, distrito de Catalão. À época, testemunhas disseram à Polícia Civil que Paulo Vitor estava acompanhado do amigo, Claudomiro. Apesar do corpo da garota nunca ter sido encontrado, a polícia informou que há fortes indícios de que ela tenha sido assassinada e que, por isso, a dupla foi indiciada por homicídio e ocultação de cadáver.

    Durante depoimento, Paulo Vitor disse que esteve com Priscila no dia, mas que a adolescente não entrou no carro dele e nem saiu da cidade em sua companhia. Paulo Vitor e Claudomiro foram presos em 2014, mas foram soltos para responder ao processo em liberdade até o julgamento.

    Nota da defesa de Paulo Vitor

    Trata-se do caso de Priscila Brenda Pereira Martins da Silva, onde ocorrerá no dia 06/02/2025 na Comarca de Catalão -- Go, o julgamento pelo Tribunal do Juri, do Acusado na pessoa de Paulo Vitor. Vale destacar que o Acusado nunca foi namorado de Priscila, e na data dos fatos o Acusado não estava na companhia da suposta vítima, uma vez que Paulo Vitor juntamente com seu Amigo (também acusado e inocentado em julgamento anterior), não tem nenhuma ligação com o desaparecimento da jovem.

    Nos autos processuais consta que ocorreu uma intensa investigação policial, com diversas diligencia, tendo até realizado grampos telefônicos nos celulares dos acusados, onde ficou demonstrado nos autos que não existe nenhuma prova de possa ligar a pessoa de Paulo Vitor com a jovem desaparecida. Sendo o acusado inocente, por ausencia de provas, o que será demonstrado ao corpo de jurados do egrégio Tribunal do Juri, para realizarem um julgamento justo e imparcial.

    Dr. Leandro De Paula OAB/GO 49.389

    Nota da defesa de Claudomiro

    A defesa de Claudomiro Marinho Júnior esclarece que, por decisão do Conselho de Sentença do Tribunal do Juri realizado em 28 de abril de 2023, ele foi absolvido dos delitos de homicídio qualificado e ocultação de cadáver (arts. 121, § 2º, II, e 211, ambos do CP).

    O Ministério Público do Estado de Goiás recorreu apenas em relação ao réu Paulo Vitor Azevedo, que também recorreu da sentença. Não houve recurso do Ministério Público em relação à absolvição de Claudomiro, ocorrendo o trânsito em julgado da sentença em 15/05/2023.

    Diante disso, após o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás declarar a nulidade da Sessão do Tribunal do Júri. Em 10/10/2024, o Juiz de Direito que responde pela Vara Criminal em que o processo tramita, designou novo Júri apenas em relação à Paulo Vitor Azevedo, pois "o acusado Claudomiro Marinho Júnior foi absolvido na mov. 124 e não houve recurso do Ministério Público em relação a ele, de forma que não pode ser prejudicado por recurso interposto pelo corréu, sob pena de incorrer em eventual reformatio in pejus indireta".

    Portanto, o caso está encerrado quanto a Claudomiro Marinho Júnior, sendo feito a devida Justiça, mesmo que de forma tardia.

    Catalão/GO, 21 de janeiro de 2025.

    ELSON FERREIRA DE SOUSA

    OAB/GO n.º 17.970

    JEFFERSON DE OLIVEIRA SANTANA

    OAB/GO n.º 38.197