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Motorista sugere que passageira faça sexo oral durante corrida em transporte de aplicativo

"Eu li a mensagem umas dez vezes para confirmar que realmente estava lendo aquilo", lembrou a vítima

Modificado em 26/09/2024, 01:04

Motorista sugere que passageira faça sexo oral durante corrida em transporte de aplicativo

Matéria atualizada em 28/05/2018, às 13h04.

Uma mulher foi assediada sexualmente por um motorista de aplicativo 99 Táxi, na última quarta-feira (16), em Salvador. A passageira solicitou uma corrida e o homem enviou uma mensagem sugerindo que ela fizesse sexo oral nele durante o percurso.

"Estou chegando. Deixa eu te perguntar uma coisa. A senhora está afim de fazer um oral em mim durante o percurso?", escreveu o suspeito.

A vítima, que preferiu não ser identificada, disse ao jornal Aratu Online que não conseguia acreditar no que estava lendo. "Eu li a mensagem umas dez vezes para confirmar que realmente estava lendo aquilo, porque foi inacreditável", contou a passageira indignada.

A mulher tentou cancelar a corrida, mas o aplicativo travou e o suspeito continuou insistindo em buscar a passageira. Ele chegou a ligar e enviar novas mensagens.

"Eu desliguei o celular, para tentar destravar o aplicativo. Quando liguei novamente, ele já tinha cancelado e o próprio aplicativo transferiu a minha corrida pra outro motorista", explicou a vítima.

Ao chegar em casa, a mulher enviou um e-mail para o aplicativo denunciando o assédio sexual.

Por meio de nota, a 99 Táxi informou que o condutor foi imediatamente banido da plataforma. A empresa afirma que repudia qualquer tipo de violência contra as mulheres e que lamenta profundamente o ocorrido.

Geral

Empresa faz primeiro voo de carro voador em escala real no Brasil

A Gohobby realizou, nesta sexta-feira (20), o primeiro voo do carro voador. A aeronave decolou por volta das 11h30 desta sexta e sobrevoou o Aeroquadra, aeroclube localizado em Quadra (SP), a cerca de 40 metros de altitude. O voo durou cerca de cinco minutos

Modificado em 04/11/2024, 08:57

Voo, a 40 metros de altura, durou cerca de cinco minutos

Voo, a 40 metros de altura, durou cerca de cinco minutos (Reprodução: Redes Sociais)

A Gohobby realizou, nesta sexta-feira (20), o primeiro voo do carro voador EH216, da fabricante chinesa EHang, em solo brasileiro. A empresa havia conseguido, ainda em setembro, autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para fazer voos-teste com o eVtol (veículo de pouso e decolagem na vertical).

A aeronave decolou por volta das 11h30 desta sexta e sobrevoou o Aeroquadra, aeroclube localizado em Quadra (SP), a cerca de 40 metros de altitude. O voo durou cerca de cinco minutos.

Segundo a Anac, até o momento, autorizações de voos para teste no Brasil foram concedidas somente para a aeronave da Eve (empresa controlada pela Embraer) e para o modelo da EHang. A agência diz que o voo realizado pela Gohobby é o primeiro com eVtol em escala real.

A autorização emitida pela Anac é voltada para pesquisa e desenvolvimento. Por isso, a empresa ainda não está autorizada a transportar passageiros.

Não há previsão no curto prazo para que a aeronave seja certificada no país, de acordo com a Anac. A certificação é necessária para que o modelo possa ser usado para voos comerciais.

O carro voador vendido pela Gohobby tem 1,93 metros de altura e 5,73 metros de largura e possui até um compartimento que funciona como porta-malas. A velocidade máxima chega a 130 km/h, e a distância máxima a ser percorrida pelo eVtol é de 30 quilômetros.

A aeronave é avaliada no Brasil em cerca de US$ 600 mil (quase R$ 3,4 milhões). Em meados de junho, havia 16 pessoas na lista de espera para compras, segundo a Gohobby.

O EH216 é fabricado no modelo S, voltado para o transporte de passageiros, e no modelo F, produzido para ser usado por bombeiros.

A Gohobby, que comercializa o modelo da EHang no Brasil, já levou o modelo da EHang para eventos do setor neste ano, como a Expo eVTOL, feira que foi realizada na capital paulista em maio, e o Catarina Aviation Show, organizado pelo aeroporto executivo Catarina, em São Roque (SP), em junho.

Como ainda não há regulamentação para eVtols no país, o carro voador da EHang, que é comercializado no Brasil pela Gohobby, está enquadrado no regulamento de drones, o RBAC-E 94. O tipo de autorização emitida pelo órgão regulador já foi expedido outras vezes para outras empresas, como a Xmobots, especializada em drones, por exemplo.

"A aviação sempre foi glamorosa, mas não muito acessível. O eVtol vem para democratizar a aviação para todos, para que você possa ir trabalhar voando. Com certeza vai ser a maneira pela qual nós vamos nos transportar em grandes cidades e entre cidades", disse o CEO da Gohobby, Adriano Buzaid.

Também presente no evento, a COO para Europa e América Latina da EHang, Victoria Jing Xiang, disse à reportagem que a fabricante conversa com a CAAC (autoridade de aviação da China) e a Anac para que o veículo possa obter o certificado no Brasil. As agências dos dois países trabalham juntas no processo.

Concorrente brasileira da EHang, a Eve revelou seu primeiro protótipo do eVtol em escala real em julho durante uma feira do setor em Farnborough, no Reino Unido. Segundo a empresa, o modelo, que foi produzido na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (interior de São Paulo), vai para uma próxima fase que envolve uma série de testes para avaliar operação e desempenho da aeronave, desde as capacidades de voo até recursos de segurança.

Assim que todos os testes em solo forem concluídos, o protótipo fará seu primeiro voo, disse a Eve em nota para reportagem. Em paralelo, a empresa diz continuar as conversas com a Anac para obter a certificação da aeronave.

Geral

Como usar o app do governo que promete inutilizar celular roubado com um clique

Solução visa frear a onda de assaltos e furtos a smartphones, crescente desde a implementação do Pix

Modificado em 19/09/2024, 01:15

Celular Seguro chega, na quarta, às lojas oficiais da Apple, App Store, e do Google, Play Store, em smartphones Android.

Celular Seguro chega, na quarta, às lojas oficiais da Apple, App Store, e do Google, Play Store, em smartphones Android. (Reprodução/Pixabay)

Começa a funcionar nesta quarta-feira (20) o aplicativo que inutiliza celulares extraviados, seja por furto, roubo ou simples perda do aparelho. O Ministério da Justiça e da Segurança Pública lançará a tecnologia em transmissão no Youtube nesta terça (19).

O nome do app será "Celular Seguro." A solução visa frear a onda de assaltos e furtos a smartphones, crescente desde a implementação do Pix. Criminosos abusam da possibilidade de fazer transferências em tempo real para esvaziar a conta das vítimas.

O recurso bloqueará todas as funções de maior risco do smartphone com um único botão de emergência. O dono do celular poderá escolher pessoas de confiança para conceder acesso à função de bloqueio. A medida, que tem apelo popular, foi lançada pelo secretário-geral do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, um dos cotados para a pasta, que disse que o aparelho se tornará "um pedaço inútil de metal."

Questionado pela reportagem sobre o risco de ter o celular bloqueado contra a vontade, Cappelli afirmou que a responsabilidade de escolher pessoas confiáveis caberá ao dono do celular.

Para desenvolver a tecnologia, a pasta da Justiça firmou parceria com Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e ABR Telecom, que fica encarregada de receber as comunicações enviadas pelo usuário para bloqueio do terminal telefônico em até um dia útil após a comunicação.

O Celular Seguro chega, na quarta, às lojas oficiais da Apple, App Store, e do Google, Play Store, em smartphones Android. Já na terça, será possível fazer o cadastro no projeto em link divulgado durante o lançamento.

Como acionar o botão de emergência
O acesso à plataforma Celular Seguro será feito a partir do sistema gov.br, com CPF e senha. Depois de aceitar os termos de uso, o primeiro passo será adicionar as pessoas de confiança. Para isso, o dono do celular precisará de nome completo, CPF, telefone e email do contato.

A pessoa de confiança receberá uma notificação e passará a visualizar o celular cadastrado no próprio aplicativo. É pelo ícone do smartphone registrado que essa pessoa terá acesso ao botão de emergência. O próprio dono do celular também poderá bloqueá-lo pela internet, a partir do sistema gov.br.

O primeiro passo é escolher o smartphone a ser bloqueado: o próprio ou um dos aparelhos de confiança. Depois, no pop up que surgirá na tela, a pessoa deve clicar na opção "Alerta", indicada por um triângulo amarelo.

Por fim, será preciso informar se foi perda, roubo ou furto, a data e o local da ocorrência. Após o registro, o aplicativo entrega um número de protocolo, que deve ser anotado para uso em atendimentos posteriores junto ao Ministério da Justiça, Anatel, operadoras ou bancos.

As entidades participantes receberão o alerta e prometem bloquear todas as contas vinculadas ao dispositivo extraviado em até dez minutos.

Participam os bancos Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Inter, Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo), Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) e Nubank, o aplicativo de entregas iFood e o markeplace Mercado Livre.

A Anatel também bloqueará o aparelho e o chip em até 24 horas.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública receberá nesta quarta representantes do Google e da Apple para tentar incluí-los no programa. Assim, seria possível adicionar as gigantes da tecnologia no sistema de alerta e também limpar a memória do celular com o botão de emergência.

"Lançamos o aplicativo com o mínimo possível para funcionar bem. A ideia é melhorar nos próximos meses", afirmou Cappelli à Folha.

O registro de ocorrência no app Celular Seguro não exime a necessidade de notificar a Polícia Civil. O boletim de ocorrência, além de iniciar uma investigação policial, garante às autoridades informações sobre o crime.

Como é hoje
O sistema Celular Seguro visa simplificar o longo processo de cancelar todas as contas vinculadas ao smartphone. Hoje, o bloqueio do chip e do dispositivo ficam por conta da operadora. É possível bloquear a linha telefônica com o número do telefone e o CPF do responsável.

A empresa de telecomunicação também pode inutilizar o aparelho com o número Imei, que funciona como identificador do aparelho. O código fica disponível na caixa do aparelho e na seção "sobre" das configurações. Pode ainda ser consultado ao digitar no telefone esta sequência: *#06#.

Essa identidade do celular também deve ser informada durante o registro do boletim de ocorrência.

Além disso, a pessoa deve procurar os bancos para bloquear transações feitas a partir do aplicativo bancário, assim como é necessário suspender cartões de crédito e débito para evitar prejuízos.

Caso o aparelho tenha acesso à internet, ainda é possível limpar as informações do smartphone. Em celulares Android, essa opção fica em android.com/find. Por sua vez, iPhones disponibilizam esse recurso em icloud.com/find. Em ambos os casos, o usuário pode ter dificuldades para acessar as plataformas pelo celular de terceiros.

Roubos e furtos de Spmartphone são herança da pandemia
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado em julho, o Brasil registrou um crescimento de 16,6% de furtos e roubos de telefones celulares no período de um ano, saindo de 853 mil casos em 2021 para 999,2 mil ocorrências no ano passado.

A média é de 114 celulares roubados por hora no país, cerca de dois a cada minuto. Os estados da Bahia e do Rio de Janeiro puxaram a alta nesse tipo de crime. O roubo e furto de celulares se tornou nos últimos anos o mais comum dentre os crimes patrimoniais, já que o equipamento cria chance para outros delitos, como golpes e extorsão.

Esse tipo de crime ganhou mais força a partir da pandemia da Covid-19, que deu maior popularidade ao comércio eletrônico a partir de aplicativos nos celulares. No Brasil, o avanço também está ligado à criação do Pix em 2020, que facilitou operações de transferência de valor a partir dos aplicativos dos bancos.

Cappelli afirma que, ao inutilizar o celular, a medida visa, além de desestimular os crimes patrimoniais, desbaratar os mercados de receptação. "Quem comprar um celular de origem duvidosa ficará sob o risco de ter um smartphone inútil a qualquer momento", diz Cappeli.

IcEconomia

Emprego

Aplicativo 'Minha Vaga!' facilita buscas por vagas de emprego em Goiás; veja como se cadastrar

Ferramenta foi lançada já com mais de 4 mil vagas de emprego disponíveis

Modificado em 19/09/2024, 01:13

Aplicativo criado pelo Cotec tem por objetivo conectar pessoas em busca de emprego e empresas

Aplicativo criado pelo Cotec tem por objetivo conectar pessoas em busca de emprego e empresas (Rodrigo Cabral)

O Governo Estadual criou o aplicativo 'Minha Vaga!' com o objetivo de facilitar o contato entre empresas que procuram trabalhadores e aqueles que estão desempregados em Goiás. Só no lançamento, na última quinta-feira (23), foram disponibilizadas mais de 4 mil oportunidades de trabalho.

As pessoas já podem baixar o 'Minha Vaga!' na loja de aplicativos de celulares Android e iOS. Além disso, já podem acessar o site Rede Indica para fazer a busca das vagas de emprego e cadastrar o seu currículo na plataforma.

De acordo com o secretário Estadual da Retomada, César Moura, o 'Minha Vaga!' vai contar com um sistema de georreferenciamento para notificar as vagas de emprego disponíveis na região e no perfil do candidato que tiver o app baixado no celular.

"Se eu procuro trabalho e estou passando perto de uma empresa que tem vaga aberta, o aplicativo me mostra. Você entra, vê a vaga e, se precisa de qualificação, é só procurar o Cotec (Colégio Tecnológico do Estado de Goiás) que temos cursos gratuitos", explica Moura.

Já as empresas com vagas cadastradas terão acesso a uma área de trabalho onde poderão selecionar e avaliar os currículos. O secretário ressalta que a tecnologia é importante, principalmente, para cidades que não tem Sistema Nacional de Empregos (Sine), que em Goiás são menos de 60 municípios.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), divulgada na quarta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás tinha entre julho e setembro deste ano 238 mil pessoas desocupadas.

O aplicativo 'Minha Vaga!' foi projetado para rodar em qualquer tipo de celular. A ferramenta foi desenvolvida pelo Cotec, sob a coordenação do Goiás Social, por meio da Secretaria da Retomada.

Geral

UEG vê "indícios fortes" em denúncia de assédio sexual contra professor

Acusado por estudante em junho, docente de Química foi afastado por 180 dias em agosto. Portaria da reitoria fala em tensão no câmpus

Modificado em 19/09/2024, 01:20

Câmpus da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis

Câmpus da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis (André Costa)

Comissão criada pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) para apurar a conduta de um professor do curso de Química acusado de assedio sexual contra uma estudante de 24 anos encontrou o que chamou de "fortes indícios" contra o servidor. A informação consta em sindicância preliminar que levou à abertura de um procedimento administrativo disciplinar (PAD) e ao afastamento de Antônio Carlos Severo Menezes, de 59 anos, por 180 dias a contar de 4 de agosto deste ano.

A denúncia foi formalizada pela estudante em junho e envolve fatos que teriam ocorrido no câmpus de Anápolis, entre março e maio deste ano, quando ela passou a fazer aulas extracurriculares no laboratório de Química tendo Antônio Carlos como seu orientador. Nas semanas seguintes o caso ganhou repercussão na imprensa após um grupo formado por ex-alunas e uma docente se mobilizar para apresentar novas denúncias de assédio contra o professor e pedir seu afastamento.

A reportagem teve acesso a documentos do PAD que foram incluídos pela defesa do professor em um processo no qual tentou na Justiça remarcar um depoimento dado à comissão em setembro e aumentar o número de testemunhas de defesa. Após uma negativa inicial por parte do Judiciário, a defesa desistiu do processo judicial antes da análise do mérito. Já a tramitação do procedimento na UEG é sigiloso.

Entre os documentos, consta a portaria 891/2023, de 3 de agosto, que institui o PAD após afirma que os autos do procedimento investigativo preliminar apontam entre os atos praticados pelo acusado: "as ações de passar a mão em seu cabelo, fazer elogios tendenciosos e constrangedores, tentar passar a mão no corpo da vítima, de forma maliciosa e sem sua autorização".

Também é dito neste mesmo documento que ele tentava "abraçá-la valendo-se da desculpa de que assim o pretendia fazer para acalmá-la, por saber que a discente possui diagnóstico de ansiedade generalizada e, nessa condição, encontrava-se fragilizada emocionalmente" e a abordava "em diversas ocasiões com perguntas e conversas impróprias sobre sexo". Consta que antes do PAD a estudante teria sido ouvida pelo menos três vezes pela comissão de sindicância.

A comissão ainda afirma, no documento que abre o PAD, que o professor aproveitou de sua condição de orientador "autoridade intelectual naquele ambiente acadêmico" e "servidor com grande influência no Câmpus, conforme ele próprio se autodenominava", e da situação de vulnerabilidade socioeconômica da discente, para constrangê-la "com atitudes típicas de assédio sexual e moral".

Além disso, ao notar alguma forma de interrupção das investidas, segundo o documento, o investigado ameaçava retirar a bolsa permanência da estudante "por meio de simples envio de e-mail à secretaria do câmpus".

"Proporção gigante"

No dia seguinte à publicação do documento, a reitoria expediu outra portaria, a 892/2023, determinando o afastamento do professor de suas funções, afirmando que as "irregularidades atribuídas ao referido docente" causaram repercussão negativa "de proporção gigantesca" no ambiente acadêmico e que isso compromete a continuidade da atividade de ensino no câmpus em que o servidor é lotado.

A reitoria aponta que a divulgação do caso pela imprensa levou a denúncia a "grandes proporções", levando a UEG a experimentar "clima de tensão entre o acusado e alunos inconformados com as notícias veiculadas pela imprensa, reveladoras de outras denúncias contra o mesmo docente" e que há "clamor social pelo afastamento do mencionado docente".

Ainda neste despacho, a reitoria justifica o afastamento sob o argumento de "ser óbvio" o fato de que a situação do câmpus poderá ficar insustentável. "O cenário ora posto tem afetado sobremaneira o ambiente institucional, comprometendo seriamente as relações sociais, acadêmicas e profissionais no âmbito do câmpus, visto que existe uma real preocupação por parte de discentes, técnicos e professores, que se encontram temerários com relação ao comportamento do investigado, haja vista que este apresenta tom de ameaça, o que pode comprometer a entrega qualitativa da prestação educacional por parte da universidade."

Por meio de nota, a UEG afirmou que o PAD corre em sigilo e que tem previsão de durar o mesmo tempo de afastamento do professor, isto é, seis meses. Durante este tempo, mesmo sem exercer suas funções, Antônio Carlos segue recebendo sua remuneração conforme determina a legislação. Ainda segundo a UEG, outros "casos de ilícitos" envolvendo o professor estão sendo averiguados.

Caso seja comprovado o assédio, a UEG informa que as punições podem variar de uma suspensão de 61 a 90 dias até a demissão, além da inabilitação para ocupar cargos públicos por um determinado período. Neste caso, o processo também é encaminhado para o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).

A Polícia Civil também apura a denúncia feita pela estudante e ex-alunas. A UEG pode encaminhar o resultado do PAD, caso seja requisitado. A reportagem não conseguiu localizar e falar com a delegada Isabela Joy, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis, que cuida das investigações.

Após a estudante de 24 anos procurar a UEG e a Deam para denunciar o professor, um grupo de ex-alunas dos cursos de Química e Farmácia da UEG fizeram o mesmo, inclusive por meio de um abaixo-assinado. Em julho, quando a imprensa noticiou o surgimento das denúncias, havia 18 mulheres afirmando serem vítimas do docente. Todos os relatos eram semelhantes, com casos de assédio sexual e moral ocorrendo dentro de sala de aula, laboratórios de pesquisa, em corredores, e em outras áreas da universidade.

A reportagem entrou em contato com a defesa do professor pelo WhatsApp e esta informou não haver autorização do mesmo para entrevistas.