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Obra da nova sede do Coren-GO está parada há dois anos

Prédio com custo de quase R$ 8 milhões conta com recursos considerados públicos, oriundos de repasses compulsórios de associados. Construção deveria ter sido concluída em 2021

Modificado em 19/09/2024, 00:15

Obra da nova sede do Coren-GO está parada há dois anos

(Arte/O Popular)

As obras da nova sede do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO), no Setor Leste Universitário, em Goiânia, estão paralisadas há quase dois anos. O novo prédio que começou a ser construído em 2019 deveria ter sido entregue no primeiro trimestre de 2021. Apesar disso, problemas com o projeto e a empresa contratada inviabilizaram avanços, deixando o endereço da autarquia pela metade e ainda sem previsão exata de conclusão.

Em dezembro de 2020 a fase estrutural foi entregue, totalizando 62% de finalização da obra. De lá para cá, quase nada avançou. No site do Coren-GO há o detalhamento do andamento da construção, sendo possível conferir que itens como portas, janelas e forro não foram iniciados. O piso está em 11%, as instalações elétricas em 12% e a pintura em 40% ( confira o quadro ).

A situação tem gerado reclamação de profissionais da enfermagem, que em Goiás somam mais de 65 mil. O entendimento jurídico é de que, apesar do não recebimento de verbas diretas da União, os conselhos são mantidos com dinheiro público. Isso porque os profissionais representados realizam repasses mensais compulsórios para garantir a prestação de um serviço público para a sociedade, centrado na fiscalização da atuação profissional das respectivas áreas. Assim, eles são considerados autarquias especiais, equiparado a órgão público para fins de fiscalização.

O advogado Juscimar Ribeiro, especialista em direito administrativo, explica que além dos conselhos serem equiparados a órgãos públicos para fins de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU), eles precisam obedecer outras normas próprias da administração pública. "Diferente de um sindicato, que tem o objetivo representativo e responde apenas aos associados, os conselhos obedecem a regras próprias e seus gastos são fiscalizados pelo TCU", detalha.

Com valor total de R$ 7,95 milhões, a nova sede recebeu o repasse de R$ 6 milhões do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), sendo esse o maior convênio da história do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem. A previsão é de que o prédio conte com espaço para eventos e demais estruturas necessárias para os atendimentos de fiscalização, cadastro e processos éticos. Até o momento, porém, os profissionais da enfermagem não sabem quando exatamente terão acesso a essa nova estrutura.

Problemas

A atual gestão do Coren-GO diz que, ao assumir, em janeiro de 2021, teria se deparado com uma série de irregularidades, entre elas falhas na execução dos projetos. "Tanto o elevador como a escada não desciam até o subsolo do prédio, comprometendo a acessibilidade", diz o Conselho, que também cita a falta de cercamento do prédio e falhas no processo de licenciamento ambiental.

Conforme informa o Coren-GO, a paralisação efetiva se deu após a GM Engenharia, contratada por licitação, apresentar pedido de reequilíbrio econômico-financeiro, em março de 2021. O pedido foi negado após análise técnica feita por engenheiros do Coren-GO e do Cofen. Por conta disso, um processo administrativo foi instaurado, o que resultou na rescisão unilateral do contrato e aplicação de sanções à empresa.

A gestão anterior do Conselho nega os apontamentos de falhas em projetos e diz que cumpriu todas as regras com rigor. A ex-presidente da autarquia, Ivete Barreto, afirma que houveram percalços em razão da pandemia de Covid-19, mas que ainda assim o andamento das obras não foi comprometido de forma expressiva. "Tudo foi feito com fiscalização rigorosa do Cofen, porque é uma obra que envolve uma quantia grande de recursos", afirma Ivete.

Os registros oficiais mostram que o andamento da obra teria tido de fato pouco impacto com a pandemia. No site do Coren-GO, uma nota informou, em março de 2020, que os trabalhos seriam suspensos em razão da decretação da pandemia. Um mês depois, porém, em abril, uma nova nota informou sobre a retomada dos trabalhos

Retomada

O Coren-GO diz que apesar da paralisação, vem adotando, no âmbito interno, uma série de medidas para corrigir as "falhas herdadas da gestão anterior". Ainda, que está realizando procedimentos para readequação e compatibilização de projetos de arquitetura e de engenharia para posterior realização de nova licitação. Será apenas quando uma nova empresa foi contratada que haverá viabilidade para a retomada e conclusão da obra. Segundo o Coren-GO, isso deve ser feito até o final deste ano.

"No que se refere à disponibilidade financeira, o convênio celebrado junto ao Cofen encontra-se vigente e os recursos estão reservados para a finalização da obra, sendo suficientes para tanto", destaca o Coren em nota.

A reportagem tentou contato com a GM Engenharia pelos telefones disponíveis na internet. As ligações buscavam entender as razões para o abandono da obra. Todos os quatro números informados em diferentes contratos, todos eles de licitações públicas, deram como inexistentes.

Conselhos

Os conselhos têm a função de representar classes profissionais específicas. Atualmente existem 32 conselhos federais reconhecidos no País. A representação inclui atos como o registro e a fiscalização da atuação de seus membros, o que é considerado um serviço para toda a população. Além disso, eles também representam os interesses gerais e individuais dos profissionais. As gestões são feitas por diretorias definidas por eleições internas dos associados.

(Arte/O Popular)

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Aproveite o tempo de seca para acelerar sua obra

Confira cinco dicas para garantir uma obra célere, econômica e sem muita dor de cabeça.

Modificado em 17/09/2024, 17:32

Aproveite o tempo de seca para acelerar sua obra

(Freepik)

Tradicionalmente o período de estiagem é o mais indicado para as etapas iniciais de uma obra de construção, como a fundação, alvenaria e todas as outras que envolvem a parte externa de uma edificação. Quem dá a dica é o diretor da rede de lojas de materiais de construção Irmãos Soares e da Essence Acabamentos, Robson Soares.

Segundo ele, a ausência de chuva ajuda a evitar problemas como a erosão do solo e a dificuldade da secagem do concreto. Além disso, durante o período de estiagem é mais fácil o transporte e manuseio dos materiais de construção, garantindo com que as etapas críticas, como a fundação e a estrutura, sejam realizadas sem interrupções.

"Muitos encarregados de obras intensificam o trabalho neste período de estiagem, que aqui em Goiás costuma ir até o fim de outubro, porque a umidade trazida pelo clima chuvoso de fato pode atrapalhar algumas etapas das construção, como os serviços de terraplanagem, concretagem e até a pintura externa", esclarece Robson, que dá outras dicas a seguir para uma obra célere e econômica, sem muitos contratempos, confira:

1- Escolha de fornecedores confiáveis : Opte por fornecedores que ofereçam materiais de qualidade, com garantia e bom prazo de entrega. Além disso, uma dica complementar do gerente de compras da Irmãos Soares, Raphael Monteiro, é escolher produtos que seguem normatizações, que garantem a segurança que é necessária para os insumos. Segundo ele, isso trará tranquilidade quanto a garantia e suporte quando for necessário, além de economia, visto que produtos que seguem normativas oferecem melhor rendimento evitando desperdício. Converse com seu fornecedor a respeito do atendimento às normas de qualidade dos produtos.

2 - Contratação de mão de obra qualificada : Uma equipe bem treinada e experiente reduz desperdícios e retrabalhos. Um conselho dado por Raphael Monteiro é pedir indicações, conversar com proprietários de obras que já foram executadas pelo profissional e, se possível, ir até o local do serviço executado para se certificar da qualidade do trabalho realizado.

3 - Controle de estoque : Mantenha um controle rigoroso do estoque de materiais para evitar desperdícios e garantir que nada falte durante a obra. O gerente da rede de lojas destaca que é sempre bom ter um alinhamento entre o profissional e dono da obra/reforma para que a solicitação dos materiais chegue com antecedência, evitando a falta de produto para a realização do serviço, também é muito importante que se anote tudo que foi usado na obra.

"Essa anotação pode ser feita de forma simples em em um caderno ou até mesmo de forma mais elaborada criando uma planilha de gastos. Isso ajudará a ter ciência do custo da obra e facilitará o controle dos recursos disponíveis até a finalização do serviço", completa ele.

4 - Tecnologia : Utilize ferramentas e tecnologias que ajudem a monitorar o progresso da obra e a gestão de materiais. De acordo com Monteiro, existem aplicativos de uso gratuito para a indicação de mão de obra, tanto para grandes serviços quanto para pequenos reparos, além de ferramentas que podem ajudar a calcular as estimativas de matérias gastos na obra. Conheça alguns exemplos:

  • Getninja - Neste app, o usuário pode encontrar profissionais e contratar serviços para tudo que precisar na obra. São mais de 500 tipos de serviços oferecidos.
  • Habitissimo - Encontre profissionais de confiança: Pintores, marceneiros, arquitetos, mudanças e outros serviços de obras e reformas para o seu imóvel.
  • Reforma simples - O Reforma Simples é um app móvel que permite obter uma estimativa da quantidade e do preço dos materiais para diversos serviços de construção ou reforma.
  • 5 - Planeje a compra de materiais de construção por etapas: Esta decisão, permite ajustar o orçamento conforme a obra avança e economizar. No caso da fundação, os materiais básicos são aço, cimento e madeira. A dica para essa fase é comprar cimento de boa qualidade e verificar a procedência do aço para garantir resistência.

    Na parte da alvenaria (paredes e lajes) os materiais essenciais são cimento e argamassa, e a orientação de Robson Soares é ficar atento à proporção no preparo da argamassa e assim evitar desperdício. Já para o reboco será usado muita areia fina, cimento e cal hidratada. Para essa fase da obra a dica é usar bem a peneirada para evitar imperfeições no acabamento.

    Para o telhado haverá um grande uso de madeira, telhas ou estrutura metálica, além de pregos e parafusos. A orientação do especialista é buscar telhas que ofereçam boa eficiência em termos de durabilidade e isolamento térmico.

    Para a fase do acabamento, os itens de porcelana, como pisos, revestimentos para paredes, tintas, louças sanitárias e metais são essenciais. Para essa etapa, a sugestão de Robson é avaliar bem o custo benefício dos itens a serem comprados para a obra e fugir do barato, que no futuro sairá muito caro. "Invista em acabamentos de boa qualidade, pois são os itens que mais influenciam na estética e funcionalidade do imóvel", orienta.

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    Conclusão de pavimentação em trecho da Perimetral Norte é adiada

    Entrega de obra no cruzamento da via com a Avenida Goiás Norte ficou para a próxima semana. Motoristas e pedestres reclamam de transtornos

    Modificado em 17/09/2024, 16:25

    Máquinas no cruzamento das avenidas Perimetral Norte e Goiás Norte: identificação de umidade no subleito do trecho fez conclusão de obra atrasar

    Máquinas no cruzamento das avenidas Perimetral Norte e Goiás Norte: identificação de umidade no subleito do trecho fez conclusão de obra atrasar
 (Wildes Barbosa)

    ++JOÃO GABRIEL PALHARES++

    A entrega da obra no cruzamento das avenidas Perimetral Norte e Goiás Norte foi adiada para a próxima semana. A conclusão estava prevista para esta terça-feira (18). O trecho faz parte do pacote de seis obras para recapeamento asfáltico da Avenida Perimetral. Lançado no Programa 630 km, em 2020, na gestão de Iris Rezende (MDB), o serviço começou em junho de 2023, com previsão para finalização em novembro do mesmo ano.

    Motoristas e pedestres que passam diariamente pelo local, na altura do Jardim Diamantina, foram consultados pelo jornal e reclamam da falta de fiscalização e arranjos causados no trânsito. Durante a passagem da reportagem pela obra na tarde desta segunda-feira (17), foram identificados carros e motocicletas que realizaram conversões irregulares em sentido ao viaduto da GO-070 e dificuldades entre os pedestres para atravessar a via.

    De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), o adiamento da obra se deu pela identificação de umidade no subleito do trecho, o que culminou na necessidade do "trabalho de estabilização das camadas inferiores para dar prosseguimento à colocação da capa asfáltica". A situação, identificada com a retirada da pavimentação, pode ter ocorrido em decorrência da característica do solo que está bem próximo do Córrego Caveirinha.

    Conforme anunciado pelo jornal em abril, na época em que foi anunciado a retomada da pavimentação do trecho entre a GO-080 e a Avenida Cunha Gago, a obra na Perimetral Norte chegou a ficar parada por cerca de dois meses. A pausa, entre os meses de dezembro a fevereiro, teria como justificativas a proximidade das festas de final de ano e o fluxo maior de pessoas até um shopping próximo ao local, e o período chuvoso.

    A obra de recapeamento asfáltico da avenida já está com 43% dos serviços feitos, a porcentagem corresponde a três trechos já finalizados entre a Praça do Expedicionário, no Setor Santa Genoveva, e o Viaduto Iris Rezende Machado. Após a finalização do trabalho atual, entre o viaduto e a Avenida Eurico Viana, no Jardim Diamantina, a Seinfra confirmou que as obras seguirão até a Avenida Hermínio Perné Filho, na Vila Maria Dilce. A obra, licitada no valor de R$ 24,4 milhões, deve ser totalmente concluída quando chegar na GO-070, no Bairro Capuava.

    Trânsito

    Em conversa com a reportagem na tarde desta segunda-feira, o motorista de aplicativo Galenno Ungarelli, de 41 anos, diz estar evitando passar pelo local para não ter que lidar com longos períodos de espera no e desgastes no seu veículo. Ainda assim, diz passar pelo local diariamente entre uma corrida e outra. Nos momentos que percorre a via, ele diz identificar outros motoristas fazendo conversões irregulares entre as pistas, além de irregularidades no asfalto.

    Com a obra sob o Viaduto Iris Rezende Machado, uma das vias está interditada, ficando o tráfego todo, em mão dupla, em uma das pistas. A diminuição de espaço para trafegabilidade acabou afetando também a vida dos pedestres que passam pelo local. Transeuntes chegam a esperar até 10 minutos para conseguir passar pela via entre um carro e outro que passa. Trabalhadores da região disseram que a sinalização semafórica no local está desativada há dias.

    Segundo a Seinfra, o local está sinalizado sobre a mudança no trânsito e que a pista reversa se manterá até que o serviço seja finalizado. O fluxo no local, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), por um movimento "natural", deve continuar sendo impactado pelo recapeamento asfáltico. No entanto, para dinamizar a situação, a pasta diz estar deslocando agentes de trânsito para monitoramento viário durante os horários de grande deslocamento.

    Diante do fluxo livre de veículo sem a intervenção semafórica, a SMM disse que o modelo deve permanecer até a conclusão do trecho "justamente porque não há acesso da Goiás Norte à Perimetral Norte". Sobre a situação dos pedestres, na disputa da via com os automóveis e maquinários, a pasta pontuou apenas que "quanto mais distante o pedestre ficar de máquinas de grande porte e pouca visibilidade, maior segurança ele terá".

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    Após Brasil ser escolhido sede da Copa Feminina, dirigentes e técnicos cobram investimento em Goiás

    Brasil receberá Mundial feminino de 2027 e serão dez cidades-sedes

    Modificado em 17/09/2024, 16:19

    Christiane Guimarães, técnica do Aliança, comanda treino da equipe

    Christiane Guimarães, técnica do Aliança, comanda treino da equipe (Wildes Barbosa)

    ++LUIZ FELIPE MENDES++

    Após a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027, pessoas ligadas ao futebol feminino em Goiás acreditam que o evento pode ajudar a fomentar a modalidade no País e no estado, mas há também ceticismo em relação ao apoio que pode surgir no cenário goiano, que ainda não encarou realidade consistente de apoio em termos de investimentos, planejamento, competições e formação de jogadoras.

    Como na versão masculina da Copa do Mundo, sediada pelo Brasil pela segunda vez em 2014, o estado de Goiás não sediará partidas válidas pela competição. Na candidatura para o Mundial de 2014, houve trabalho para que a capital goiana fosse considerada, mas a cidade acabou não contemplada. Desta vez, não houve tentativa.

    Presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), Ronei Freitas conta que a candidatura da CBF foi "muito em cima da hora" e, por isso, não houve viabilização de uma possível indicação de Goiás como uma das sedes. Além disso, a proximidade com Brasília é um dos fatores que tende a "atrapalhar" esse processo, segundo o dirigente.

    Gestora do Aliança, clube mais vencedor do Goiano Feminino, Patrícia Menezes opina que há a expectativa de que a escolha do Brasil como sede faça com que as pessoas olhem mais para o futebol feminino, incluindo Goiás. Contudo, a dirigente demonstra preocupação.

    "Acho que o Brasil não está preparado. Vemos tantos comentários machistas em relação ao futebol feminino, até dos nossos próprios dirigentes do esporte goiano. Eles têm uma postura muito polêmica de falar que mulher não sabe jogar, é muito ruim de se assistir, então as pessoas ainda têm esse preconceito. Enquanto houver, no Brasil, esse tipo de comentário, acho que não devia ter Copa do Mundo aqui, não", comentou.

    A técnica do Aliança, Christiane Guimarães, vê o evento como oportunidade. "Acredito que seria uma grande oportunidade de realmente valorizar o futebol feminino no aspecto de produto a ser vendido, tendo em vista que muitos clubes ainda só desenvolvem devido à obrigatoriedade da CBF", analisou a treinadora do Aliança.

    O técnico do Vila Nova/Universo, Robson Freitas, possui uma visão dividida em relação ao assunto. Em Goiás, ele afirma que o crescimento da modalidade ainda está longe. Para o treinador, o evento é chance de avançar, mas o desempenho da seleção pode trazer risco.

    "Isso significa um marco importante. Entendemos que, pela Copa do Mundo ser no Brasil, algumas políticas voltadas para o apoio ao futebol feminino, de forma geral, devem surgir. É uma modalidade em constante crescimento, então (a Copa) vem para agregar muito em relação a visibilidade, mídia espontânea. Mas tem a probabilidade de, se a seleção não for bem, criar uma imagem negativa do futebol feminino e causar um retrocesso", avaliou.

    Nélio Martins, técnico do Vasco de Itaberaí, falou que a Copa no Brasil vai ser uma chance para o futebol feminino ser mais valorizado em Goiás. Diana Camargos, presidente do River Trindade, acredita que a modalidade está crescendo, mas com um longo caminho pela frente.

    "Com toda certeza, a Copa Feminina é um incentivo a mais, isso a gente não pode negar. Mas o que falta dentro do estado de Goiás para o futebol feminino crescer mais um pouco é mais oportunidade, visibilidade, incentivo. Sendo visto, será valorizado. Se eu invisto mais em uma categoria, ela vai ser vista", diz a dirigente.

    Competições

    Atualmente, o calendário da FGF para o futebol feminino tem apenas o Campeonato Goiano adulto. Na edição do ano passado, foram seis times participantes: Aliança, Vila Nova, Flugoiânia, Vasco de Itaberaí, Trindade e Abecat Ouvidorense.

    Ronei Freitas afirma que a entidade pretende aumentar o calendário do futebol feminino goiano, através de projetos no segundo semestre deste ano. Em geral, esses projetos são de incentivos, tais como isenção de taxas de inscrição de atletas, filiação de clubes amadores e taxas de arbitragem, fornecimento de materiais esportivos e bolas.

    "Nós estamos precisando muito ter essa valorização do futebol feminino. Eu, particularmente, gosto muito e estou com alguns projetos para serem desenvolvidos, para ver se damos uma alavancada. Acho que essa luta e conquista da CBF vai valorizar muito o futebol feminino em Goiás e, principalmente no Brasil, vai fortalecer muito", declarou o dirigente, sem detalhar os projetos para o segundo semestre.

    Ronei Freitas ainda emenda que a falta de procura de clubes limita o número de competições de futebol feminino em Goiás, mas afirma que os incentivos podem ajudar para a criação de torneios de base no futuro.

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    Matriz de Aparecida tem 70% das obras concluídas

    Santuário Nossa Senhora Aparecida deve ser entregue em maio, quando a cidade e o templo completam 102 anos. Custo é de R$ 1,5 milhão

    Modificado em 17/09/2024, 16:07

    Esta é a primeira vez que o Santuário passa por uma intervenção mais completa, que alcança solução para os problemas estruturais do prédio

    Esta é a primeira vez que o Santuário passa por uma intervenção mais completa, que alcança solução para os problemas estruturais do prédio (Wesley Costa)

    Com previsão de entrega para janeiro último, conforme anunciado pela prefeitura de Aparecida de Goiânia, as obras de restauração do Santuário Nossa Senhora Aparecida, no centro da cidade vizinha à capital, estão aproximadamente 70% concluídas e ganharam impulso nos últimos dias. A expectativa é que os 102 anos da igreja sejam celebrados no dia 11 de maio, também aniversário do município, com uma programação especial. "Estou soltando fogos de alegria com essa obra", brinca o reitor e pároco frei Ednilson Vaz.

    O movimento dos gestores públicos e da Igreja Católica pelo restauro do templo que deu origem à Aparecida de Goiânia, em torno do qual a cidade se expandiu, começou em 2019. Foram muitas reuniões até a definição de um convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que mediasse a chegada dos recursos e acompanhasse todo o trabalho. Parte dos R$1,492 milhão previsto inicialmente para as obras, que começaram em janeiro do ano passado, veio de emendas parlamentares assinadas pelos deputados federais Francisco Júnior e Professor Alcides. O restante saiu dos cofres da prefeitura local.

    O Santuário Nossa Senhora Aparecida, também sede da paróquia homônima, é tombado somente por lei municipal, o convênio com o Iphan, entretanto, garantiu a preservação das características originais da igreja que começou a ser construída em 1922. Há seis anos reitor do Santuário, Frei Ednilson comemora. "É a primeira vez que a igreja é verdadeiramente restaurada. Nos procedimentos anteriores não houve nenhuma intervenção de restauro, mas somente de reforma", afirma. Em meados do ano passado, o trabalho de escavação em volta dos pilares de madeira revelou a péssima condição estrutural.

    Joviano Dias da Silva Junior, um dos engenheiros civis da prefeitura que fiscaliza os trabalhos executados pela Marsou Engenharia, empresa vencedora da licitação, explica que foi necessário mexer em todos os 26 pilares de madeira de lei fincados a cerca de 2,5 metros no solo. "Quando foi escavado percebemos que na parte enterrada todos estavam podres, corroídos pela ação de cupins e do tempo". Com acompanhamento de especialistas do Iphan, todas as vigas originais foram aproveitadas e para dar sustentação estrutural foi feita uma espécie de prótese na parte dos pilares que fica sob a terra.

    Estrutura

    Frei Ednilson Vaz enfatiza que a obra é complexa. "Restauração é diferente de uma reforma. No processo de execução podem surgir imprevistos e até por isso eu temia mais atraso, mas estou assustado com o quanto avançou. É visível a diferença de uma semana para outra." Desde que as obras começaram todas as celebrações estão sendo realizadas no salão paroquial. Ele acredita que, como faz todos os anos, em 2024 não será diferente: haverá missa campal para celebrar o aniversário do Santuário, só que com ele restaurado.

    Cleber César de Souza, diretor de Projetos e Captação de Recursos da prefeitura de Aparecida de Goiânia, explica que a meta de gastos sofreu alterações. Para garantir a estabilidade de toda a parte estrutural, que tinha muitos danos, houve um acréscimo de cerca de R$ 345 mil nos recursos direcionados ao restauro. Com a parte estrutural concluída, começa agora a renovação dos sistemas hidráulico, elétrico e de som. A pintura seguirá o mesmo padrão anterior. Para não perder as características originais, foram preservados lustres, piso de madeira, o altar, portas e janelas. Restaurada, a velha igrejinha vai continuar sendo um marco ainda mais forte na paisagem da segunda maior cidade goiana.

    Primeira da cidade

    A igrejinha branca com detalhes em azul chama a atenção na praça central de Aparecida de Goiânia, a Praça Matriz. É um marco por ter sido a primeira igreja a ser erguida na cidade e pelas mãos do habilidoso carpinteiro João Batista de Toledo. Sua construção começou em 1922 e a primeira missa foi celebrada em seu interior há cem anos, em 1924. No lado externo ainda está preservada a cruz de aroeira cravada pelos fundadores.

    É uma igreja pequena, com capacidade para 300 pessoas sentadas. O porte, no entanto, não impediu que ela fosse transformada em Paróquia Santuário Nossa Senhora Aparecida em 2018. Durante a celebração, o então Arcebispo de Goiânia, dom Washington Cruz lembrou que a igreja foi uma das primeiras de Goiás dedicada à Padroeira do Brasil e que o crescimento populacional exigia um centro de evangelização em Aparecida de Goiânia.

    A Paróquia Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida de Goiânia, é o quarto santuário na área da Arquidiocese de Goiânia. Os demais são o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade; Santuário Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Matriz de Campinas); e Santuário Arquidiocesano Sagrada Família, ambos na capital.